Ontem, 06/04/23, participamos de uma reunião de amigos, onde estiveram presentes também o anfitrião Franzé, o professor Enivaldo, vulgo Pererinha ou Kent, o Elias, amigo nosso primogênito do saudoso Ciro Rodolfo, o sargento R. Silva e Jessé, o também primogênito, desta feita do anfitrião. Reunião agradabilíssima pelo seu ambiente singular, que não se preocupa com protocolos os formalismos que na maioria das vezes só burocratizam os eventos, por mais simples que estes sejam.
Nesses encontros histórias são contadas, momentos vividos e já distantes no tempo são relembrados e um clima de nostalgia - ainda que não seja essa a intenção primeva - contagia a todos, muitas vezes alegrando o ambiente e, em outras, entristecendo quando percebemos que algumas das personagens das narrativas já não estão mais entre nós. Ontem, por exemplo, aventou-se o nome de Eldiney, professor inteligetíssimo e grande amigo, com uma gama de similaridades próprias e de Raimundinha, conhecida entre alguns de nós por gasolina, alcunha essa sem nenhuma relação específica. Era apenas por ser. Ambos os dois nos deixaram prematuramente mas fazem parte do nosso cabedal de boas recordações...
No afã das histórias contadas e de tantas recordações comentadas, o fato de termos uma boa memória para fatos que foram marcantes e que gostamos de relembrar em forma de narrativa questionou-se a possibilidade de tais fatos serem contados em um livro, ideia por si só interessantíssima, levando-nos a considerar a possibilidade de encontrar alguém capaz de reunir e selecionar as nossas narrativas, trasnsformando-as em material impresso, acessível a todo o grupo. Nesse caso, outras histórias, apresentadas por outros sujeitos, fariam parte do material. Vale a pena pensar - e orar - em torno da ideia.

Mas a reunião em si traz à baila outro tema por demais relevante - e essa relevância se evidenciou entre os presentes: o valor e a importância de se manter os vínculos de amizade, e não só isso mas também de revigorar alguns costumes do nosso passado intuindo que a geração mais nova e adjacente a nós tenha conhecimento dos mesmos e que os adote, visando a manutenção da nossa "cultura". Na foto, da esquerda para a direita e em preto e branco, Noeme Gomes, Stelma Porto, Eisenhower "Zevall" Dias e Judith Gomes. Essas pessoas voltariam a se encontrar quase 40 anos depois, tendo a contemporânea Evani Macedo - a que nunca lembra de nossas aventuras, substituído à Judith que, pelo distanciamento, não pôde se fazer presente. Essa foto configura vínculo, amizade, história...E esse vínculo precisa - e deve, ser mantido. É história.

Em um dos encontros da turma do Arroz com Abóbora alguém questionou qual a finalidade maior dessas reuniões; qual o seu "mote". Na ocasião o pastor Francisco Araújo fez uso da palavra, esclarecendo que "o principal motivo dos referidos encontros é se reunir, se abraçar, se alegrar; não há - não precisa, de outra motivação". Ressalto apenas que nesses momentos sempre lemos e ouvimos a Palavra e, ao final, nos servimos de delicioso Arroz com Abóbora, prato e fator tradicional em nossos encontros. Resumindo: confraternização de gratidão ao Pai pela vida, manutenção do vínculo de amizade entre todos e a continuidade da nossa história. É o que pretendemos aos nos reunirmos.
Zevall, professor/historiador, abril/23.