“Façamos da interrupção um caminho novo,
da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte,
da procura, um encontro”.
Fernando Sabino
Em março de 2013, ao despedir-me dos colegas de trabalho na Escola
Municipal de Ensino Fundamental – EMEF Synésio Rocha, São Paulo (capital),
passaram-me um cartão assinado por diversos colegas, com os quais convivi por
um pouco mais de três anos. Neste “documento” que me foi entregue, na sua capa
estavam escritas as palavras de Fernando Sabino, destacadas acima.
Na prática, o 8 de março daquele ano interrompia um ciclo de
convivência nem sempre saudável, no seu aspecto das relações em um ambiente de
trabalho. Porém, por se tratar de pessoas idôneas, conhecedoras de “direitos e
deveres” sociais, havia um sinceridade latente entre todos, agradasse ou não a
sua manifestação. Desse modo, as dissenções, quando existiam, se manifestavam
sem que acarretassem na quebra do respeito e da amizade. A prova indubitável
dessa afirmação não se baseia apenas nas palavras de Fernando Sabino que foram
transcritas, mas em algumas expressões dos colegas ao assinarem o referido
“documento”.
Patrícia Rossi, professora de alunos com necessidades especiais,
bela e dinâmica – ainda que extremamente defensiva – ao citar os parabéns,
acrescentou que “sejas muito feliz neste novo caminho a trilhar”.
O professor Luciano, sábio em palavras e no conhecimento de suas
responsabilidades com seus alunos disse “sentir uma inveja boa” por saber que eu
voltava para minha terra onde, segundo ele, a qualidade de vida em muito supera
à de São Paulo, e encerra desejando-me sorte e felicidades.
Desejos de felicidades foi uma representação quase unanime. O
“concorrente a ser batido”. Anna Luiza, professora que retornava à escola
depois de um período ausente escreveu “desejo muitas felicidades”. “Seja feliz
na nova empreitada” (Waldir, companheiro de corredor, amigo – ainda que nem
sempre concordássemos nos acontecidos do dia a dia – e “musicólogo” finíssimo e
de bom gosto. Sinto saudades, amigo). “... muitas felicidades em seu novo
projeto” (Liduína, aparentemente frágil mas de uma valentia que assustava até
aos do corredor); “felicidades sempre” (Maria Helena); “Sucesso e felicidades”
(Penha, professora de projetos); “Felicidades mil”(Anna Cúrcio, excelente
pessoa boa conselheira e que concordava comigo no combate à Renata: Somos
PALMEIRENSES!!!! – morre de inveja, Renatinha).
O que poderia dizer da Renata? – seu grande defeito é torcer pelo
“outro time”. Afora isso, é uma pessoa singular, a quem devo muito desde os
meus primeiros dias no Synésio. Renata, querida, beijos (com a licença e o
respeito por seu esposo, a quem não tive o prazer de conhecer). É da Renata o
“Sr. Days, que o Senhor jesus te abençoe e multiplique suas vitórias.
Felicidades”. Muitos outros professores e amigos se manifestaram: Tiago
(português); Alessandro (ATE); Lenira (projetos); Kátia (séries iniciais); Roberta
(idem); Marta e Fernanda (historiadoras); Lucy (matemática – com quem eu tirava
minhas dúvidas relativas à álgebra e outras situações matemáticas); Sylvana,
coordenadora, excelente pessoa, com quem pouco conversava mas que admirava
muito por sua integridade e respeito – um abraço. Luciene, Vivi, Sônia...
Existem, no entanto, pessoas que, por razões diversas e
particulares, mais nos aproximamos e isso acontece em qualquer nível das
relações humanas. Mara Peseto é um exemplo. Bem mais que secretária da escola
Mara se revelou um caráter extraordinário. É uma pessoa a quem tenho uma estima
particular pela sua amizade e por ser extremamente compreensível. Beijos para
você, Mara.
Marcia Amaral merece que, com a Licença do Raul Gil, “eu tire o
chapéu” para ela. Sábia, dinâmica, visionária, sempre acreditando que os
meninos do Synésio tem potencial. Saudades dos Saraus, Marcia.
Aizita – essa é tudo de bom em qualquer sentido (que o Lucas,
maridão são-paulino me perdoe; não me falta respeito mas sobra inveja). Aizita,
meu carinho particular.
Tive outros amigos e alguns por questões de remoção ou licenças não
estavam presentes na minha despedida. A todos que fizeram parte da minha
trajetória “Synesiana” meu abraço e respeito. Ao Suzuky, matemático e
sistemático, mas grande amigo, meu abraço.
A última a ser citada escreveu o seguinte: “sentirei falta dos nossos cafés filosóficos... felicidades”. Não
sem motivos deixei este nome para o final. Foi muito marcante o conhecimento e
a convivência com a Diretora. Mentiria se afirmasse que sempre concordamos. Em
nosso primeiro contato como profissionais ela foi dura para comigo (o caso dos
meninos do EJA com o narguille). Além disso, por mais duas vezes ela me
corrigiu com firmeza, ainda que em uma das ocasiões eu discordasse da sua
atitude.
O que importa, porém, é o que aprendi em relação ao valor de uma
amizade. A Diretora em várias situações estendeu-me a mão, esqueceu a
hierarquia e “fez o barco navegar”. Nessas ocasiões foi amiga, foi gente, foi
ser humano. Te agradeço querida e amiga Diretora. Te devo muito pelo que
aprendi e sinto falta dos meus dias de Synésio. Um abraço forte de quem te
estima muito.
Obs.: A Diretora, como não poderia deixar de ser, tem um nome:
Marcia Aparecida. Para mim, no entanto, será sempre alguém que me “dirigiu” por
um período próximo a quatro anos, o suficiente par mudar a minha mentalidade
profissional.