Sobre
Poesia
O Condor, pássaro andino, foi eleito por Capistrano de
Abreu para representar a nova tendência poética. É considerado a maior ave de
rapina do mundo. Um Condor macho adulto pode ter até 3 metros de envergadura
considerando suas asas abertas de ponta a ponta.
Paradoxalmente a seu tamanho, pesa, no máximo, 13 quilos,
pois tem os ossos porosos, o que lhe dá grande mobilidade de voo. Por voar
alto, o Condor expressa os ideais libertários do grupo de poetas da geração
condoreia, sendo eleito o símbolo da liberdade.
(in: Oliveira, 2012, p. 318).
z/z/z/z/z/z/z/
O Monte Parnaso, na Grécia, era consagrado a Apolo (deus
da poesia, das artes, da medicina, dos rebanhos, do dia e do sol) e às nove
musas: Clio, que presidia a
História; Euterpe, a música; Tália, a comédia;
Melpômene, a tragédia; Terpsícore,
a dança; Erato, a elegia; Polimnia, a poesia lírica; Urânia,
a astronomia e Calíope, a poesia épica e a eloquência.
(Ibid).
z/z/z/z/z/z/z/z
Levanta
a tua pálpebra fechada
Tocada
por um sonho virginal
Eu
sou o espectro de uma rosa
Que
tu, no baile, usaste na noite passada.
Tu
me colheste ainda com pérolas
Do chuveiro de prata refrescada,
E
entre festa estrelada
Tu
me passeaste toda a noite.
(Theofhile Gautier).
O Belo e o Bom
Quem é belo
É belo aos olhos
- E basta.
Mas quem é bom
É subitamente belo.
(Safo de Lesbos)
z/z/z/z/z/z/z
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta reinhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que aos fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
(Gonçalves Dias)
z/z/z/z/z/z/z/
Plena
Nudez
Eu amo os gregos tipos de escultura
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Não essas produções que a estufa escura
Das modas cria, tortas e enfezadas.
Quero em pleno esplendor, viço e
frescura
Os corpos nus; as linhas onduladas
Livres: da carne exuberante e pura
Todas as saliências destacadas...
Não quero, a Vênus opulenta e bela
De luxuriantes formas, entrevê-la
Da transparente túnica através:
Quero vê-la, sem pejo sem receios,
Os braços nus, o torso nu, os seios
Nus... toda nua, da cabeça aos pés!
(Raimundo
Correia. In: Múcio Leão (Org.). Poesias completas de Raimundo Correia. – São
Paulo: Editora Nacional, 1984).