quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Passeio noturno em São Paulo

A vaca cor-de-rosa, o motorista/uber, a jabulani e eu – uma noite na boemia da Santa Cecília

Essa lucubração conta com quatro personagens distintos onde, para três destes, o ponto comum é a vontade e a alegria de viver e participar de experiências inusitadas ou não – que acrescentem algo de novo às suas existências. A outra personagem, no caso, a vaca cor-de-rosa, revela-se mero elemento de composição que, por ter sido usada, tornou-se parte integrante e importante no evento noturno pautado.

Foto: Zevall Buemma

Tudo começa com um convite para que eu conheça a casa de shows de importante promoter noturna. Diga-se, de passagem que a sua casa é um show, me perdoando aqueles que entenderem haver aqui caracterizado um vício ou figura de linguagem. Mas a vaca está lá. Acomodada sempre no mesmo lugar – ainda que a Canuto do Val, na Santa Cecília, não seja local adequado ao descanso de semelhante animal leiteiro – alheia ao que se passa à sua volta. Indolente.

O motorista/uber, na empolgação da noite sabatina e induzido pela presença alegre, feliz e bela de jabulani, que ganhara este apelido mediante ao fato de sua cabeça grande parecer uma bola mas que, nem por isso, deixa de ser a preferida e a amada do chofer, este impelido pelo seu alto astral etílico, cismou de acercar-se e montar a sossegada vaca de cor berrante – o rosa shock cantado nos anos de 1980 por roqueira nacional famosa.

O acercar-se é permitido por pseudo “adoradores” do animal citado; o montar também. O que atrapalhou o assédio do amado de jabulani foi que, ao montar o animal plástico de cor tão em evidência para a noite é que, ao montá-lo o motorista/uber deu a sacodi-la e balançá-la de um para outro lado, o que provocou a “ira” e correria dos seguranças que acorreram em socorro do espécime ultrajado. Alguns transeuntes sorriram. Jabulani também; mesmo sem saber se sorria ou se o segurava pra não cair, dado o elevado grau de destilados que injetava no corpo durante toda noite. O quarto elemento – eu, ainda que achando interessante todo o desenrolar do episódio, temi pela “integridade física” do ginete, dado a compleição física dos que acudiram a pobre vaquinha que, em nenhum momento, mudou de cor pela situação vivida.

Foto: Zevall Buemma


Afora, este singular momento a noite foi tranquila e agradável. Marcou o selamento de uma amizade entre todos. Os três outros animais sempre hão de lembrar do sábado em que após muita música, petiscos e várias garrafas de Stella Artois, finalizaram a noite após as 4h00 da manhã, de mãos dadas e felizes a caminhar pelas ruas de Santa Cecília.

Bela noite. Belas companhias. Até mais ver vaca cor de rosa.

Zevall Buemma

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