A
vaca cor-de-rosa, o motorista/uber, a jabulani e eu – uma noite na boemia da
Santa Cecília
Essa
lucubração conta com quatro personagens distintos onde, para três destes, o
ponto comum é a vontade e a alegria de viver e participar de experiências
inusitadas ou não – que acrescentem algo de novo às suas existências. A outra
personagem, no caso, a vaca cor-de-rosa, revela-se mero elemento de composição
que, por ter sido usada, tornou-se parte integrante e importante no evento
noturno pautado.
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Foto: Zevall Buemma |
Tudo
começa com um convite para que eu conheça a casa de shows de importante promoter noturna. Diga-se, de passagem
que a sua casa é um show, me perdoando aqueles que entenderem haver aqui
caracterizado um vício ou figura de linguagem. Mas a vaca está lá. Acomodada
sempre no mesmo lugar – ainda que a Canuto do Val, na Santa Cecília, não seja
local adequado ao descanso de semelhante animal leiteiro – alheia ao que se
passa à sua volta. Indolente.
O
motorista/uber, na empolgação da noite sabatina e induzido pela presença
alegre, feliz e bela de jabulani, que ganhara este apelido mediante ao fato de
sua cabeça grande parecer uma bola mas que, nem por isso, deixa de ser a
preferida e a amada do chofer, este impelido pelo seu alto astral etílico,
cismou de acercar-se e montar a sossegada vaca de cor berrante – o rosa shock
cantado nos anos de 1980 por roqueira nacional famosa.
O
acercar-se é permitido por pseudo “adoradores” do animal citado; o montar
também. O que atrapalhou o assédio do amado de jabulani foi que, ao montar o
animal plástico de cor tão em evidência para a noite é que, ao montá-lo o
motorista/uber deu a sacodi-la e balançá-la de um para outro lado, o que
provocou a “ira” e correria dos seguranças que acorreram em socorro do espécime
ultrajado. Alguns transeuntes sorriram. Jabulani também; mesmo sem saber se
sorria ou se o segurava pra não cair, dado o elevado grau de destilados que
injetava no corpo durante toda noite. O quarto elemento – eu, ainda que achando
interessante todo o desenrolar do episódio, temi pela “integridade física” do
ginete, dado a compleição física dos que acudiram a pobre vaquinha que, em
nenhum momento, mudou de cor pela situação vivida.
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Foto: Zevall Buemma |
Afora,
este singular momento a noite foi tranquila e agradável. Marcou o selamento de
uma amizade entre todos. Os três outros animais sempre hão de lembrar do sábado
em que após muita música, petiscos e várias garrafas de Stella Artois,
finalizaram a noite após as 4h00 da manhã, de mãos dadas e felizes a caminhar
pelas ruas de Santa Cecília.
Bela
noite. Belas companhias. Até mais ver vaca cor de rosa.
Zevall Buemma
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