segunda-feira, 5 de março de 2018

apenas mais um poema


Opacidade

Não é apenas pela saudade
ou pela ausência que me dói o peito.
É o precisar!...
Nada quero se o que quero te onera;
Mas eu quero
dá-me, peço-te, a paz do teu sorrir
a alegria das palavras dos teus lábios
dá-me a esperança da presença,
a tua, ao meu lado
em qualquer dos devaneios meus.
Se a presença me preenche
E torna o lugar-comum aprazível, fica!
Qualquer canto é canto
Se estiveres ali e se te derramas sobre mim
A me tocar com teus peitos – “filhos gêmeos de gazela...”
Que ouriçam e atiçam com afagos.
Vem, deixa-me a desbravar
as tuas formas corporais, simplificadas
E melodiosas – balé de braços e pernas
Meus perigos e desafios
No vagar por tuas entranhas
Que me queimam e me derramam
Quando aderes teu corpo ao meu
E cola, sua, morde e lambe
Se exaspera e, depois, descansa.
Faze-me bem, tu sabes
teu querer (sempre) em conluio
com o meu empreender no teu ser
Quando te aninhas, saciada e em torpor.
me acalantas.
Teus amores – ah! Esses amores
em tuas diversas formas de te expressar
que arranha, que geme e faz gemer
na entrega fêmea que me aparaisa
no desfrutar dos manjares de ti
reivindicados para mim.
Dá-me, pois, isto: a ti como és
sem mudanças ou promessas.
Não muda nada, não mexe em nada
não promete nada, fica apenas.
Fica... e então hei de te tornar
em deusa do meu universo.
(Zeval, março/2018)


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