segunda-feira, 17 de junho de 2019

Conscientes

Pra que mentir
se o coração sente
e fala alto o que sente;
pra que fingir
que não sente nada
se o que sentes 
importa a ti 
e importa bem mais a mim...
uma vez soubemos falar de nós
de amores idos
e de amores vividos
- das formas que amamos 
e fomos amados
ou poderíamos amar 
e nisso não sabemos mentir.
O que é o amor? eu pergunto.
Será esse sentimento de saudade
que tanto incomoda e transtorna
e persegue quando estou longe;
ou essa ânsia desmedida de sentir teus beijos
e te apertar em abraços
ao mesmo tempo feroz e apaziguador
que alucina e conforta|?
Será esse ciúme que já não controlo,
que me faz pressentir perigos
onde (talvez) não haja
e que me exclui por ti não deixar ser...
que seja, então, esse desejo,
incontido, às vezes, que aflora no sangue
a fluir, célere, ou a carne a tremer
ao mais leve toque
ou mesmo o te olhar nos olhos
e sentir o desejo a dominar
quando eu deveria dominá-lo.
Sim, isso é amor?
Fingir que não tem ou não sabe respostas
mascarar certezas que conheces,
que conhecemos
não se abrir em sorriso que exaspera
e encanta - a mim
sem entregar-se a mistérios
desvendados
e que a todos sei detalhes;
não gritar os gritos
ou gemer os gemidos
e gozar os gozos...
Mentir não é; eu sou, tu és.
E o amor, se não é a liga que há em nós
o que haveria de ser?
(. . .)
É tudo a ser extraído de mim
é gozo proporcionado
é segurança;
é a plenitude que alcanço
em teus braços
- o conforto oferecido,
é tudo de mim entregue a ti...
(Zevall, jun./2019)

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