quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

De pães, saúde e outras manias


Li, recentemente, em uma rede social, um aconselhamento no sentido de que, supostamente em benefício da nossa saúde, deixemos de comer pão. Junto ao enunciado, uma bela foto de um ovo cozido partido em bandas e uma batata doce completavam a intenção informativa.

Diversos tipos de pães
Imagem: Internet

Lembrei-me que ideia parecida e que se refere a outros costumes cotidianos já tem sido propalada em outros tempos, tais como não comer arroz, pizza, carnes vermelhas, principalmente carne de porco e outros afins. Falta aparecer quem fomente a noção de que fazer amor também seja prejudicial à saúde humana. 

Vejamos que, se formos seguir esses conselhos, no que se refere à prática alimentar, alguns já sendo praticados por grupos que se propõem a cultivar a abstenção em relação a determinados alimentos, comportamento que respeitamos veementemente, penso, porém, que algo que seja bom para o grupo A pode não oferecer o mesmo grau de satisfação ao grupo B, quiçá a C e ao restante do alfabeto. Outro ponto que merece ser destacado é que a liberdade que o grupo A – ou outro qualquer – tem de escolher suas iguarias prediletas e pretendidas saudáveis, o restante dos signos que compõem a nossa forma de expressão gramatical também goza das mesmas prerrogativas podendo, por isso, escolher o que irá compor a sua dieta.

Sou, é claro, consumidor de pão mesmo se tiver à mesa outras iguarias que meu parco orçamento venha a me permitir desfrutar e degustar; também como carnes vermelhas – porque elas detém essas cores (as comeria se fossem azuis ou verdes do mesmo modo), pizza, cerveja, ou seja, estou andando na contramão do “politicamente correto” quanto o assunto venha a ser boa saúde em relação àquilo que se come. Assim, arroz com feijão, ovo frito, pão e farinha estão sempre presentes em minha rotina. Fazendo ou praticando isso nada mais faço que exercer o direito de liberdade que a nossa Carta Magna enuncia e anuncia a todos e da qual sou assíduo observador. 

Portanto, encerro reiterando os meus protestos de respeito as práticas daqueles que se abstém do consumo de determinados alimentos, entendendo que a recíproca seja verdadeira no momento em que a ideia deva partir destes para mim. Agora, convenhamos, um pão francês fresquinho – que nós nordestinos nos acostumamos a chamar de “massa grossa”, acompanhado por café com ou sem leite é bom demais. Você pode até não degustar por uma questão de princípios mas, confesse, sente uma vontade... 

(Zevall, Jan./2020)

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