Li, recentemente, em uma rede
social, um aconselhamento no sentido de que, supostamente em benefício da nossa
saúde, deixemos de comer pão. Junto ao enunciado, uma bela foto de um ovo
cozido partido em bandas e uma batata doce completavam a intenção informativa.
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Diversos tipos de pães Imagem: Internet |
Lembrei-me que ideia parecida
e que se refere a outros costumes cotidianos já tem sido propalada em outros tempos,
tais como não comer arroz, pizza, carnes vermelhas, principalmente carne de
porco e outros afins. Falta aparecer quem fomente a noção de que fazer amor
também seja prejudicial à saúde humana.
Vejamos que, se formos seguir
esses conselhos, no que se refere à prática alimentar, alguns já sendo
praticados por grupos que se propõem a cultivar a abstenção em relação a
determinados alimentos, comportamento que respeitamos veementemente, penso, porém,
que algo que seja bom para o grupo A pode não oferecer o mesmo grau de satisfação
ao grupo B, quiçá a C e ao restante do alfabeto. Outro ponto que merece ser
destacado é que a liberdade que o grupo A – ou outro qualquer – tem de escolher
suas iguarias prediletas e pretendidas saudáveis, o restante dos signos que
compõem a nossa forma de expressão gramatical também goza das mesmas
prerrogativas podendo, por isso, escolher o que irá compor a sua dieta.
Sou, é claro, consumidor de
pão mesmo se tiver à mesa outras iguarias que meu parco orçamento venha a me
permitir desfrutar e degustar; também como carnes vermelhas – porque elas detém essas cores
(as comeria se fossem azuis ou verdes do mesmo modo), pizza, cerveja, ou seja,
estou andando na contramão do “politicamente correto” quanto o assunto venha a
ser boa saúde em relação àquilo que se come. Assim, arroz com feijão, ovo
frito, pão e farinha estão sempre presentes em minha rotina. Fazendo ou
praticando isso nada mais faço que exercer o direito de liberdade que a nossa
Carta Magna enuncia e anuncia a todos e da qual sou assíduo observador.
Portanto, encerro reiterando
os meus protestos de respeito as práticas daqueles que se abstém do consumo de
determinados alimentos, entendendo que a recíproca seja verdadeira no momento
em que a ideia deva partir destes para mim. Agora, convenhamos, um pão francês
fresquinho – que nós nordestinos nos acostumamos a chamar de “massa grossa”,
acompanhado por café com ou sem leite é bom demais. Você pode até não degustar
por uma questão de princípios mas, confesse, sente uma vontade...
(Zevall, Jan./2020)
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