segunda-feira, 11 de maio de 2020

O que não tens (ou o que é meu)

Tens o que não tenho, é verdade
(talvez...)
tens o abraço diarimente,
o sorriso radiante
e a beleza do olhar...
tens as palavras e os susurros
tens o calor do corpo
que só em pensar me extasia
tens a companhia para ir e vir
e o que dizer da voz
vibrante e calma ao mesmo tempo
que se impõe de maneira tal
que ouví-la somente
é prazer desmedido...
Nada disso eu tenho, reconheço
tenho apenas as lembranças
e como me apego a estas!
O primeiro passeio pelos campos,
o primeiro "mãos dadas" e
as primeiras palavras trocadas,
algumas intuindo um futuro
que não chegou;
não tenho o abraço quente
que conheço bem
nem o beijo ardente, terno,
cheio de promessas...
não tenho o corpo para tocar e sentir
ou o cabelo pra assanhar;
tudo isto tiraste de mim
não sei porquê mas tiraste.
Uma parte, porém, não é tua
e esta, tu sabes, eu sei bem
nunca terás!
O coração é meu
e todo o amor nele contido
e é isto que te atormenta
e há de atormentar sempre...
(Zevall, maio/2020)


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