Beleza bela
Eras
apenas uma criança
a
primeira vez que te vi
cresceste,
menina-moça
cresceste,
moça-mulher
ver-te
menina, te ver mulher
a
beleza – “bela beleza”
só
tua, una, reveladora.
Num
instante, dia
ou em
qualquer passagem de tempo
foi
assim que entendi o que é amor
inocente,
sem sentido, sem retorno
só
aconteceu.
Amei
tudo e a todo o momento.
A meninice,
a transformação
em
mulher – e tudo decorrente
o
jeito de ser, de sorrir, de sonhar
o
jeito de me incomodar
e a
partir daí a vida passou a girar
-
assim como a Terra em torno do Sol –
na tua
órbita.
Nada
tem sentido, nada fez sentido, nada será
senão em torno de ti
e assim
aconteceu.
O que
descobri – depois – o sofrimento
A agora mulher se envolvendo em amores
outros
os
primeiros, os segundos, tantos outros.
Doeu.
Doeu muito
saber
teus braços envolvidos em abraços
teu
corpo colando em corpo
teus
beijos beijados por outro
-
nunca por mim.
Sempre
estive perto, quando sorriu
quando
chorou, quando a mágoa
te
magoou.
Sorria
quando querias
estava
quando precisavas
me
usavas em teu beneficio
e eu
deixei, precisava, estava perto
e isso
basta, bastou – e continua.
Sabias
do amor devotado – sabias!
E o
que fez? – brincou com ele
Eu
transpirei o que sentia e sorriste
das
palavras, do querer, do sofrer
este
sofrer – outra descoberta
A
resignação.
Sem
amor, contento por estar perto
por
ver bem, saber onde estás
por
isso procuro quando longe
busco
a voz, sonho contigo
mais
amo quando sonho, irreal (. . .)
Mas
amor é assim
hoje e
ainda distante
alimentando
em qualquer tempo disponível
o meu
amor
Esse
jamais acaba – é dito
regado
cresce a todo o momento
faz
bem amar, faz bem o amor.
me
basta saber, agora
que me
tens por amigo – quero tua amizade sempre..
Troca
justa, escambo
de
tempos outros
do
agora e do futuro
A tua
amizade pelo meu amor.
(Ike Garrau/ out./2016)
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