quinta-feira, 20 de abril de 2017

A história de Antonio Libério

Em 20116 foi lançado, pela Unidade Escolar João Leal, de Nazaré do Piauí, a coletânea de crônicas Retratos do Cotidiano. Esta coletânea é resultado de um projeto encabeçado pela professora Leuzimar, onde diversos alunos tiveram oportunidade de escrever algum relato que tivesse algo a ver consigo. Textos livres, narrados com simplicidade, retratando situações diversas. Muitas delas comoventes, como o texto a seguir:

BURITI GRANDE

Em um lugar considerado por muitos longe de tudo e perto do nada encontra-se uma vila escondida em meio à floresta. Com tão pouco movimento e barulho que dá para escutar as lagartas mastigando as folhas; é lá que mora o Senhor Antônio Libério Lima, o morador mais ilustre da vila, conhecido por seus vizinhos como “Caipora”; o nome veio em prol do amor a natureza, ele protegia, preservava e cuidava dela. Mas nada que pudesse evitar a invasão de caçadores ilegais que além de matarem os animais, faziam retiradas da madeira da floresta. Por muitas vezes, este conseguia evitar, mas, em outros casos não. O senhor resolveu então fazer uma denúncia às autoridades do ramo –  O IBAMA.
Em uma manhã de domingo no meio da temporada de caça o IBAMA resolveu fazer uma visita ao local. Ao chegar encontraram, perseguiram e capturaram um grupo de seis caçadores que foram levados em detenção mas pagaram fiança e foram libertos. Mal sabia o “caipora” que estaria correndo um perigo de morte. A denúncia gerou revolta nos caçadores que decidiram tirar a vida dele em um ato de total covardia. Quatorze dias após a denúncia, o caipora pegou seu cavalo e saiu para vistoriar a floresta. No meio do percurso ele deu de testa com os caçadores que o capturaram vivo e o torturaram até a morte.
Os vizinhos preocupados com a demora foram atrás, em meio a mata, depois de tanta demora na busca o encontraram e, à sua volta havia muitos animais. Um dos vizinhos falou:
___ Meus amigos, aí está a prova de que quem cuida da natureza é reconhecido por ela.
Outro vizinho externou sua indignação:
___ Como pode uma morte tão triste? – Mas ele morreu fazendo o que mais gostava. Cuidando da natureza.
         Moradores do local dizem que o espírito de Antônio Libério Lima vaga até hoje amedrontando e expulsando os caçadores de sua floresta. Dizem que ao entardecer, o homem de cabelo em chamas, montado em um cavalo com uma lança na mão virou o eterno guardião das florestas, conhecido como caipora. Daí por diante nunca mais foi visto caçadores naquela região que hoje é área preservada do parque florestal Buriti Grande.
Autor: Gabriel Mateus Ferreira De Moura / Turma 212 - UEJL



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