Em 20116 foi lançado, pela Unidade Escolar João Leal, de
Nazaré do Piauí, a coletânea de crônicas Retratos
do Cotidiano. Esta coletânea é resultado de um projeto encabeçado pela
professora Leuzimar, onde diversos alunos tiveram oportunidade de escrever
algum relato que tivesse algo a ver consigo. Textos livres, narrados com
simplicidade, retratando situações diversas. Muitas delas comoventes, como o
texto a seguir:
BURITI GRANDE
Em
um lugar considerado por muitos longe de tudo e perto do nada encontra-se uma
vila escondida em meio à floresta. Com tão pouco movimento e barulho que dá
para escutar as lagartas mastigando as folhas; é lá que mora o Senhor Antônio
Libério Lima, o morador mais ilustre da vila, conhecido por seus vizinhos como
“Caipora”; o nome veio em prol do amor a natureza, ele protegia, preservava e
cuidava dela. Mas nada que pudesse evitar a invasão de caçadores ilegais que
além de matarem os animais, faziam retiradas da madeira da floresta. Por muitas
vezes, este conseguia evitar, mas, em outros casos não. O senhor resolveu então
fazer uma denúncia às autoridades do ramo – O IBAMA.
Em
uma manhã de domingo no meio da temporada de caça o IBAMA resolveu fazer uma
visita ao local. Ao chegar encontraram, perseguiram e capturaram um grupo de
seis caçadores que foram levados em detenção mas pagaram fiança e foram
libertos. Mal sabia o “caipora” que estaria correndo um perigo de morte. A
denúncia gerou revolta nos caçadores que decidiram tirar a vida dele em um ato
de total covardia. Quatorze dias após a denúncia, o caipora pegou seu cavalo e
saiu para vistoriar a floresta. No meio do percurso ele deu de testa com os
caçadores que o capturaram vivo e o torturaram até a morte.
Os
vizinhos preocupados com a demora foram atrás, em meio a mata, depois de tanta
demora na busca o encontraram e, à sua volta havia muitos animais. Um dos
vizinhos falou:
___ Meus amigos, aí
está a prova de que quem cuida da natureza é reconhecido por ela.
Outro
vizinho externou sua indignação:
___ Como pode uma
morte tão triste? – Mas ele morreu fazendo o que mais gostava. Cuidando da
natureza.
Moradores do local dizem que o espírito
de Antônio Libério Lima vaga até hoje amedrontando e expulsando os caçadores de
sua floresta. Dizem que ao entardecer, o homem de cabelo em chamas, montado em
um cavalo com uma lança na mão virou o eterno guardião das florestas, conhecido
como caipora. Daí por diante nunca mais foi visto caçadores naquela região que
hoje é área preservada do parque florestal Buriti Grande.
Autor: Gabriel Mateus Ferreira De Moura /
Turma 212 - UEJL
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