terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

De Carnaval, Futebol e outras artimanhas

O Carnaval se aproxima e aí tudo será só festas. Durante algum tempo a folia será a pauta reinante e, nesse meio tempo, mazelas, desencontros e até contas a pagar serão esquecidos. Haverá aqueles que aproveitarão estes dias para fazer novas contas. E vivas ao Carnaval!!!! Em duas das grandes cidades do país os tradicionais desfiles, bem como as apurações de resultados destes, prenderá a atenção de muitos, de mamandos a caducandos, em todas as partes deste país tropical e abençoado por Deus que, alem disso, é bonito por natureza". Que beleza e novas vivas ao Carnaval!!!
Mas, além dessa folia quase que generalizada, há um outro evento sociocultural tão contagiante quanto o Carnaval. Parabéns para quem pensou no futebol. Futebol amado; que faz o torcedor sofrer e se desgastar durante os 365 dias do ano, já que há jogos quase que diariamente e em todos os rincões; que enaltece e deifica os grandes astros do momento, ainda que nem sempre estes justifiquem a fama que sobre si recai. Os altos salários pagos, um drible aqui e ali, uma companhia famosa ao lado e uma boa dose de exibicionismo, além, é claro, do empurrão dado pela mídia se encarregam de transformá-los em celebridades. Esse é, pois, o país do Carnaval e do Futebol; e vivas a eles!!!
Isso nos faz lembrar um grupo do passado, mais precisamente dos anos de 1970.  Grupo este composto por um goleiro chamado Félix - que para muitos não merecia a titularidade adquirida por ser baixo para os padrões da posição; um corpo defensivo composto de Carlos Alberto, Wilson Piaza, Brito e Everaldo, marrudos e nunca sorridentes; um meio de campo formado por Clodoaldo, Gerson e Tostão e, no ataque - vejam bem - Jairzinho, Pelé e Rivelino. Convenhamos, era um senhor ataque este, ou melhor, era uma senhora seleção, a brasileira do ano em pauta. Os resultados falam por si somente já que na primeira rodada o selecionado tupiniquim venceu a Tchecoslováquia por 4 x 1; a Inglaterra por 1 x 0 e a Romênia por 3 x 2. A seguir, em jogo de quartas de final, o resultado foi de 4 x 2 sobre o Peru - jogo em que o técnico peruano era  Didi, grande ex-jogador brasileiro; na semifinal a vítima seria o Uruguai, que nosso timaço (esse, sem nenhuma dúvida, poderia ser chamado assim) venceu de 3 x 1. E veio a grande final contra a Itália. Ninguém segura este país - slogam criado no período da Ditadura Militar bem que serviu para caracterizar o time de Zagalo. Sim, Mário Jorge Lobo Zagalo era o técnico, não professor, como os de hoje se auto-proclamam e que conquistam muito pouco para os padrões e salários do atual futebol. Apenas alguns detalhes sobre este grupo: eram humildes, ganhavam bem pouco - quase nada se comparado a hoje, gostavam tanto de jogar que não se machucavam e quase não caíam, não tinham patrocinadores particulares e eram vencedores. a prova é que foram Campeões Mundiais. Tri, a bem da verdade.
Seriedade e ética, conceitos indispensáveis á todo e qualquer ser humano e instituição social tem sido objeto de desejo nos dias atuais, sejam no Carnaval ou no Futebol.E até no atual estágio em que se encontra a política no Brasil. o Carnaval, repete-se, está chegando; os jogadores proliferaram nos últimos tempos e, com isso a arrogância e atitudes não dignas de alguns tem feito com que o espetáculo tenha perdido um pouco da beleza e da admiração de muita gente. hora de refletir, de ser gente, de humanizar nossos valores e nossos comportamentos. Essa é a dica.
Em tempo: Na final em 1970, a seleção "Canarinho" venceu os italianos por 4 x 1, no dia 21 de junho de 1970.
(Zevall, fevereiro/19).










terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Histórias que a vida não conta.

No dia a dia muitas coisas nos acontecem e nem sempre temos a percepção destes acontecimentos e, ainda, não conseguimos repassá-los àqueles que, de uma e outra maneira, estiveram envolvidos ou se envolveram no decorrer dos fatos. Na maioria das vezes são coisas simples; outras vezes, porém há uma complexidade que nos induz à reflexão e nesse instante, tempo, espaço e sujeitos envolvidos se fazem interessantes.
Mas o que determina se um fato observado se caracteriza como simples ou como complexo? - Diria que um pneu de um carro que baixou em uma rodovia é um fato simples. Já um acidente que envolva este mesmo carro se torna um fato complexo vez que envolve diversos fatores a serem considerados, a saber, danos materiais, possibilidade de vítimas, envolvimento de técnicos e policiais, fechamento do trânsito e, como não poderia deixar de ser (e ter), a ação de transeuntes.
Para que se entenda as possíveis ações de transeuntes, dia 03/fev./2019, por volta das 15h00, a aproximadamente 7 quilômetros do município de Sucupira do Riachão (MA), quando voltava de uma viagem em Santo Antonio dos Lopes, também no Maranhão, por uma questão de displicência e relaxamento perdi o controle do veículo que estava a dirigir. Quando percebi estava saindo da pista; ao tentar controlá-lo, ele foi pra o lado contrário e, de repente, voltou para a origem e foi quando percebi que nada mais restava a não ser me segurar e esperar o confronto com o que me esperasse.
Seria preciosismo se eu dissesse que pensei em alguma coisa naquele instante. A rapidez do acontecimento não permite. Se há algum sentimento é o de solidão; saber que está só e seja o que acontecer será apenas com você. É isso - fazendo uso de licença poética - o que senti ali: solidão.
Foi quando consegui ouvir alguém falando "senhor, deita aí, senhor"! e essa frase foi repetida várias vezes e quando tomei consciência a mesma pessoa me perguntava:
- Tem mais alguém no carro, senhor? 
- Tem mais alguém viajando com o senhor?
Devo ter respondido ou sinalizado que não, pois a pessoa que perguntava - um motorista de caminhão que depois me disse ter visto todo o acidente - se acalmou, me ofereceu água e começou a conversar comigo. 
Instantes depois chegou alguém que eu já conhecia da cidade mas que não tinha aproximação - Jean, um taxista - que se prontificou em ajudar, e ajudou muito a partir do momento em que contribuiu para facilitar a comunicação com minha filha e, depois, com a PRF.
Algum tempo depois, quando já estava sozinho, parou um Van, onde o proprietário, sr. José Roberto, viajava com a família. Perguntei se ele tinha água e ele pegou uma pequena garrafa com apenas alguns goles e, em desculpa lamentou por só ter aquela. Uma adolescente, filha sua que ouviu a conversa o chamou e disse:
- Papai, minha garrafa ainda tem água; dá pra ele!
Alguém parou logo mais. Disse ser gerente do BB em Canto do Buriti (PI). Prontificou-se a ajudar oferecendo-se até pra procurar a família e informar onde e como eu estava. Depois, um caminhoneiro que transportava uma máquina pesada e que, por isso, só conseguiu parar talvez uns 60 a 70 metros do ponto onde eu estava. A esse fui encontrar e agradecer a atitude de parar para tentar ajudar, mesmo ante a dificuldade de parar seu caminhão.
O que dizer destas e para estas pessoas?  Merecem que se diga e diga muito a cada um e de cada um. A mim são todas anônimas e é possível que não nos encontremos mais. Mas a partir do domingo 03 de fevereiro devo - e devo muito - a cada um. Dizer "muito obrigado" é pouco mas é o que posso fazer. A cada um que se propôs e se dispôs, Meu MUITO OBRIGADO!
A vida, é claro, está cheia de pessoas e histórias iguais a essa. Falta, talvez, oportunidade para que sejam contadas.
(Zeval, fevereiro/2019).

Quando gira o mundo

Um instante só
apenas um piscar de olhos
e quando se percebe
o mundo está a girar.
Medo?
impossível sentir
o tempo e a solidão
não permitem...
De repente
você se vê jogado
de um para o outro lado
e, depois
ao olhar o caminho percorrido
por onde passou, 
e os perigos que enfrentou
e não foi atingido
vem a certeza no âmago
do seu coração:
Deus esteve comigo!
(Zeval, 03/02/2019)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Espera

Hoje eu te encontrei.
Meio dia. 
Começo de tarde, talvez.
Sem planejar; apenas querendo
e esperando há muito tempo.
Muito tempo deste a primeira vez
de palavras, de perguntas
de poucas respostas
de perguntas sem respostas
de aproximação atropelada
virtual, de corpos distantes...
mas aconteceu!
Adolescentes antigos
a "perderem o rebolado"
um diante do outro
com palavras trôpegas;
com murmúrios sem nexo
- mãos inquietas; sorrisos nervosos
diz-se tá tudo bem
mas não está.
Sei que não
sabes que não
sabíamos que não seria assim
mas foi assim.
Improviso
coração que se acelera
e se surpreende
presença esperada 
que se chega de modo 
inesperada.
Mas, enfim, aconteceu.
"Foi bom pra ti?"
pergunta que não quer calar
de ambos os lados
mas que não se pergunta.
Sei que foi
sabes que foi
sabemos que foi - apenas
não dissemos um ao outro.
Pensar, pensar, pensar...
porque, enfim, tinha que ser assim, 
não sei
talvez não saibas
não queremos saber. 
Deixa o tempo passar
o amanhã, quando vier
trará novos rumos
e, talvez as palavras que faltaram.
Deixa o tempo passar...

(Zevall, fevereiro, 2019)

De Codó (MA) e outras lembranças - Epílogo

"Eu sou um jovem
despertando no ano 2000
no centro de toda ciência, momento
o meu mestre é um computador
mas aqui dentro de mim só existe um senhor..."

Essa música, do Novo Alvorecer, era uma das favoritas na abertura de uma apresentação do grupo JUBATSON, na Igreja local - Codó (MA) - ou quando saíamos em Congressos ou Intercâmbios pelas paragens da Região Sertaneja, da qual eramos participantes. Juntamente com esta, Glória a Deus, Reconciliar, Se isso não for amor, Se eu fosse contar, Quanto almejo, Século XX, O Sol já se aclarou, Jerusalém, entre tantas outras músicas de louvor, fizeram parte do repertório, se tornando conhecidas de todos os jovens que frequentavam os nossos encontros, isso no período inicial dos anos de 1980.
Hoje, quando beiramos a aproximação dos 40 anos desde aquela época, faz bem lembrar; significa segmentação de uma história, de uma vivência que foi marcante e que muito contribuiu para a visão de mundo e para a formação de todos que se envolveram no projeto da época. "Até aqui nos ajudou o Senhor". O pensamento e oração é que esta história não seja esquecida e, ainda, que tenha continuidade. Aqui em Floriano temos um grupo de remanescentes que no final de janeiro/2019 completou o primeiro aniversário desde um  encontro que fez com que o grupo ficasse conhecido como "Turma do Arroz com Abóbora". Quinzenalmente este grupo se reúne para, juntos, cantar, contar histórias, tocar violão, ler a Palavra e , ao final, como é noite de sábado, encerrar com um jantar composto de arroz com abóbora e ovo frito, invariavelmente. O que se pode concluir com isso? - Que "grandes coisas o Senhor tem feito por nós e por isso estamos alegres". A Deus, pois, o louvor e a glória!
Zevall (Eisenhower), fevereiro/2019

A REFORMA E AS SOLAS

Reforma Protestante – nome dado ao movimento reformista que surgiu no cristianismo em 1517 por meio do monge agostiniano Martinho Lutero. A ...