terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Pelas ruas da cidade

Hoje pela manhã (18/02)
vi um rapaz "dirigindo um celular".
Ele demonstrava muita competência
e habilidade
e por ser um local de baixa velocidade
onde cruzamos um pelo o outro
foi possível perceber
o quanto ele estava focado
tanto que em nenhum momento
- na esquina que alcançamos
ele se deu ao trabalho
de olhar para os lados
para perceber possíveis perigos.
Tudo isso se torna mais interessante
quando sabemos que ele estava
sentado no banco do motorista
de um belo carro, novo,
cabine dupla e a cor
a minha preferida - preta
tornava o cenário mais digno
de observação.
Era por volta de 7h00 da manhã
e eu - como muitos pais
naquele momento
estava a levar minha menina
pra a escola.
É claro que se de um canto
qualquer da rua transversal
surgisse outro carro
ou um pedestre incauto
(os pedestres sempre
são desatentos)
ou um animal
que não deveria estar ali
ele saberia o que fazer,
afinal,
estava demonstranto muita
competência e habilidade
em olhar o Whatsapp
enquanto conduzia um belo carro.
. . .
Essa é a realidade da cidade
em qualquer momento.
Para os motoristas de vans
e coletivos
entre tantos outros
burgueses
dirigir olhando ou falando
ao celular é necessidade
do momento; mas parece
uma nova forma de status.
E os fiscais da Sutran
- funcionários competentes
pra multar o motoqueiro
ou o proprietário
daquele carro insignificante
que param "em lugares indevidos",
parecem saber que esse tipo de infração
eles não precisam perceber.
Pois, o que há de errado
em se olhar uma msn ou atender
uma chamada de um passageiro
ou galantear com o broto (a)
enquanto se está dirigindo?
Não custa nada; é possivel
que se possa causar um acidente
envolvendo uma ou mais vítimas
simples ou fatais
mas isso acontece por aí
a todo instante,
naturalmente,
e a vida continua...
(Zevall, fev./2020)

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

(Muita) saudade

Alguém disse:
"A saudade mata a gente, morena...";
outro disse:
"ai que saudade miserável de você"
e um outro:
"saudade, palavra triste"...
O que sei é que ela, a saudade,
me deixa mais perto,
me faz pensar
e sentir muita saudade de ti.
(Zevall, fev./2020)

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Melancolia

Imenso vazio;
não há lagrimas,
apenas desejo de não sorrir
até que as noites
não sejam tão escuras
e os luares nos façam cúmplices
do amor novamente.
(Zevall, fev./2020)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Naqueles tempos

Já fomos "pão"
já fomos gato
fomos até um bom rapaz;
e que broto legal
tinha na turma,
e tudo era uma brasa, mora!
Românticos, apaixonados
andando de mãos dadas
recitando poemas à sombra de árvores
e, às vezes, agradecendo
(obrigado, Manoel Bandeira!)
comprando sorvetes...
o beijo na testa não faltava
- era o primeiro passo.
Ir ao cinema
e chegar em casa "cedo"
(até 21h00, viu, meninos?)
é claro que a mãe dizia 9 horas.
E as meninas?
pobres meninas
meninas lindas
meninas "doidas demais".
Eram as Verônicas, Madalenas
Helenas, Marias, Ritinhas
e não faltavam as Lurdinhas...
minissaias, vestidos tubinhos
sandálias de borracha rosa "shok"
os rapazes de havaianas
ou suas concorrentes - Wakikis
o tênis bamba era luxo
e como era!
Os pic-nics; que coisa boa
os bate-bates e ponches
que se tomava escondido
mas antes de tudo isso acontecer
o melhor: a abordagem...
na praça, a pergunta inexorável
posso dar uma volta contigo?
se ela sorria, tudo certo
se virava o rosto pra o outro lado, já era!
Que decepção; os colegas a mangar
(zoar, nos dias de hoje)
e como doía esse "fora"
sem falar na vergonha ao encontrar
a garota numa calçada
no dia seguinte
qualquer dia depois era o seguinte
que se queria evitar.
Se houvesse tempo,
mudava-se para o outro lado
Mas quando havia o sorriso
sentíamo-nos  heróis
conquistamos nossa garota
havia proclamação
aos gritos; afinal aconteceu...
comprávamos pipoca
balinhas juquinha e pipper
e no próximo final de semana
o cinema ou a tertúlia
nessa não faltava Década explosiva
Pholhas, Nazareth
Trepidants, Morris Albert
 e tantos outros
que nos faziam dançar coladinhos
dizendo ao ouvido
"eu gosto de ti!"
foi assim,
e era lindo quando era assim.
(Zevall, vef./2020)

A REFORMA E AS SOLAS

Reforma Protestante – nome dado ao movimento reformista que surgiu no cristianismo em 1517 por meio do monge agostiniano Martinho Lutero. A ...