domingo, 28 de junho de 2020

Jinriquixá

Meu coração é pequeno
nem por isso menos ardoroso
e cheio de amor.
Na multiplicidade
dos minúsculos espaços
- estreitas ruas e vielas
(nele não há imensas avenidas
onde transitam fanfarras
de enganos e desilusões),
não há espaço 
aos monumentais projetos.
O meu coração, pequenino,
contente com o minimo
mas verdadeiro e maior
dos amores
abrirá seus portões apenas
para o teu jinriquixá.

(Zevall, jun./2020).

domingo, 21 de junho de 2020

Orgasmo

Te amar apenas
não basta;
é necessário que te faça
arrepiar
com sussurros
ao teu ouvido
mas apenas coisas
que gostas de ouvir...
coisas que, no amor,
te despertem os gemidos
mais ousados,
segredados; aqueles
que só em mim
ousas revelar.
É esse o amor
que nos capitula
e nos faz esperar
amanhã...

(Zevall, jun./2020).

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Amigos e abobreiros

Tô abrindo espaço agora
pra falar de sentimento
que une a muita gente
a qualquer hora ou momento;
sentimento de amizade
que zela pela verdade
sem precisar de juramento.

Um amigo de qualidade
na falta ou na bonança
somente com muito afinco
mantém sua aliança;
se falta algo ou dinheiro
mesmo se ande o mundo inteiro
nunca perde a confiança.

É muito bom e é suave
quando vivem em união
amigos que se respeitam
que tem consideração;
por um amigo se anda uma milha
em bom caminho ou numa trilha
tudo de bom coração.

Quando se usa o bom senso
nas lides do dia a dia
se faz mais do que é preciso
não somente o que se pedia;
são assim os encontreiros
também chamados de "abobreiros"
fazendo tudo com muita alegria.


A turma dos encontreiros
que faz tudo acontecer
com churrasco ou arroz com abóbora
e ovo frito se aparecer;
é a turma da saudade
prezando a amizade
onde o importante é viver.

Finalizando a mensagem
falando com emoção
desse grupo de amigos
que acredita no perdão
vindo do nosso Senhor
e da força do seu amor
por isso louva e faz oração.

(Zevall, jun./2020)

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Mutilamento

Estamos, todos, mutilados;
braços e penas perfeitos,
nosso tato, também;
mas não sorrimos mais.
Melhor, nosso riso é mascarado!
quando sorrimos por trás da máscara
ninguém o vê...
nossas alegrias e felicidades
se manifestam sem expressão,
sem doçura; não há sentido.
E que dizer dos abraços que se foram,
e dos "olá!, tudo bem?"
que deixaram de ser parte de nós;
nem um aperto de mão sabemos dá..
cotovelos a se tocarem,
mãos fechadas se batendo
em cumprimentos insalubres
o quê nos aconteceu?
Fomos mutilados nas atitudes
mais primárias...
somos, porém, no íntimo,
seres apaixonados;
apaixonados pela vontade
de viver,
pelo costume do riso farto,
pela a alegria do abraço,
pela constância do outro
ao nosso derredor.
Retidos pelas circunstâncias
continuamos humanos
cientes e crentes que dias melhores
estão prestes a chegar
e essa ausência que atormenta,
esse calor humano que tem faltado retornará mais forte, vivo,
fazendo-nos ser
o que sempre fomos:
seres dependentes do outro,
do próximo, do amigo,
do irmão...
Esperaremos;
não iremos desistir.

(Zevall, jun./2020)


domingo, 7 de junho de 2020

Eu e meus defeitos

Gostar de ti como gosto
faz-me bem à alma
ainda que, como se vê
tenha meus defeitos;
se de personalidade
ou nos sentimentos, não sei...
Fato é que somos, talvez,
como princesa e plebeu.
Tu, sábia, descolada
politizada, relacionada
e de imenso bom gosto;
ages bem, qualquer que seja
o entrave,
e o teu sorriso? Imenso,
alegre, festivo e verdadeiro;
o sabor dos teus amores
estes, nem se é possível
descrever...
quanto a alma, pura,
benevolente, cheia
e radiante,
de paz contagiante;
és ou não uma princesa?
Se não, precisas ser...
Eu, porém,
tal qual plebeu desengonçado
sem modos ou costumes,
homem do "século passado";
eu, ouvinte de música brega
que falo quando não gosto
de algo ou de alguém
(que eu não goste);
eu, que me misturo do lado errado
que torço pra outro time
e não sou do mesmo partido
mas fissurado no teu partido...
eu, que falo alto;
que sou desbancado
da tua banca quando botei
banca; reprovado
na apresentação.
Eu, sem beca ou paletós
sem creme ou pente nos cabelos
eu, sem aquele perfume francês
- vou de Avanço ou Spree...
Eu, plebeu, com tantos defeitos
e desvios,
como merecer-te e ao teu amor?
Não sei... só sei
que talvez por eles
eu te ame tanto; mas tanto
que me chega a doer o juízo.

(Zevall, jun./2020)

quarta-feira, 3 de junho de 2020

O gozo do amor

No âmago da questão do amor
encontram-se dois corpos sôfregos,
quentes, carentes,
muitas vezes desajeitados
mas a se completarem...
o côncavo e o convexo
se tocam, se clamam
se juntam
se necessitam; se comem.
No amor
os desejos existem,
se envolvem e são um do outro
e, por isso, explodem!
O âmago do amor, portanto,
é gemido, é grito,
é suor pingado,
é respiro que ofega,
é corpo extasiado...
(...) é gozo,
ainda que essa realidade
escandalize.

(Zevall, jun./2020).

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Se o amanhã não vier

Se o amanhã não vier...
quero deixar na estrada
os rastros do meu andar,
deixar no ar
o timbre da minha voz,
a marca do meu sorriso,
e a força do meu olhar.
Quero deixar contigo
o afago da minha mão,
a crença do meu falar;
em teu corpo o meu cheiro,
e em tua mente, perdida,
a certeza de te amar.
Se o amanhã não vier
quero deixar a certeza
do dever cumprido,
a certeza de que amei,
amei, amei...
só assim partirei feliz,
sem lamentar,
as marcas que aqui deixei.

(REGO, ZZ, 1998).

A REFORMA E AS SOLAS

Reforma Protestante – nome dado ao movimento reformista que surgiu no cristianismo em 1517 por meio do monge agostiniano Martinho Lutero. A ...