domingo, 7 de junho de 2020

Eu e meus defeitos

Gostar de ti como gosto
faz-me bem à alma
ainda que, como se vê
tenha meus defeitos;
se de personalidade
ou nos sentimentos, não sei...
Fato é que somos, talvez,
como princesa e plebeu.
Tu, sábia, descolada
politizada, relacionada
e de imenso bom gosto;
ages bem, qualquer que seja
o entrave,
e o teu sorriso? Imenso,
alegre, festivo e verdadeiro;
o sabor dos teus amores
estes, nem se é possível
descrever...
quanto a alma, pura,
benevolente, cheia
e radiante,
de paz contagiante;
és ou não uma princesa?
Se não, precisas ser...
Eu, porém,
tal qual plebeu desengonçado
sem modos ou costumes,
homem do "século passado";
eu, ouvinte de música brega
que falo quando não gosto
de algo ou de alguém
(que eu não goste);
eu, que me misturo do lado errado
que torço pra outro time
e não sou do mesmo partido
mas fissurado no teu partido...
eu, que falo alto;
que sou desbancado
da tua banca quando botei
banca; reprovado
na apresentação.
Eu, sem beca ou paletós
sem creme ou pente nos cabelos
eu, sem aquele perfume francês
- vou de Avanço ou Spree...
Eu, plebeu, com tantos defeitos
e desvios,
como merecer-te e ao teu amor?
Não sei... só sei
que talvez por eles
eu te ame tanto; mas tanto
que me chega a doer o juízo.

(Zevall, jun./2020)

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