quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Poema Atormentado

Diz que não quer o meu amor, e eu me vou de ti.
Diz que não quer os meus beijos, e os levarei para longe.
Mata-me.
Afoga esse fogo que me incendeia e destrói a minha lucidez.
Retira o meu coração e, lança fora.
Impeça os meus abraços, rogo-te.
Fere a minha carne. Faz ela sangrar.
Talvez assim e somente assim, ela te rejeite. Quem sabe?
Extrai das minhas veias o amor que corre em afluxo e refluxo por ti.
Debruça sobre mim o teu desprezo.
E quem sabe assim, entenderei que não me amas.
Que não me quer.
Que não sou nada.

Celeste, out./2017.

Saudades

Saudades
eu senti
eu forcei
eu não quis..
Saudades
de ti
do sorriso
da palavra certa
do aconchego.
Estranho...
Saudade do aconchego
do teu aconchego...
Como assim?
como sentir algo assim?
Aconchego?...
É simples
gostar faz bem
quando se gosta de coisas simples
de jeito simples.
E foi assim que gostei
do teu sorriso
da tua paz, do teu aconchego
longe, bem longe
mas com calor...
Gostoso esse teu aconchego de longe.
Sinto, pressinto
E sinto saudades
pois tudo me faz bem
tu me faz bem
com o jeito
malemolente
de me fazer querer

Sentir saudades...
(Zevall, Out./2017)

sábado, 21 de outubro de 2017

O menor Infrator e as medidas socioeducativas

Reflexão sobre a criminalidade


Ao iniciar o resumo do seu estudo intitulado “Menores infratores: uma reflexão sobre o contexto social e infracional” a professora Maria Aparecida Batista de Lima e Silva afirma ser “notável o crescimento do índice de delitos praticados por menores, diariamente reportados pela mídia local e nacional”.
Este estudo da professora Lima e Silva (cida.limasilva@bol.com.br, 2017), se baseia em pesquisa realizada no município de Barra do Garça, MT mas reflete a realidade, senão de todos os municípios brasileiros, certamente o será de sua maioria. A questão da marginalidade infanto-juvenil há muito deixou de ser novidade, algo pra ser visto na TV ou ouvido no rádio. Não é mais notícia interessante.
O “notável crescimento” se desperta algo na sociedade é medo. Na medida em que cresce o índice de delitos praticados, na maioria por sujeitos sociais menores que 18 anos, a sensação de insegurança cresce proporcionalmente. O cidadão de bem, que trabalha, que zela pela família, que procura um lazer nos finais de semana ou feriados não se sente seguro também na sua própria casa. Diz-se “também em sua própria casa” por se reconhecer que na rua essa insegurança prolifera e domina desde há muito tempo. Essa insegurança em casa ou na rua se verifica, de modo geral, em qualquer ambiente social nos dias atuais.
Igrejas mudam seus horários e rotinas tencionando que seus fiéis voltem mais cedo para casa; casas noturnas sistematizam sua funcionalidade e medidas de prevenção instituindo seguranças e outros meios de proteção à clientela; casas comerciais de pequeno e médio porte com suas entradas e acessos gradeados – as grandes lojas contam com um aparato de segurança sofisticado que incluem guardas preventivos e câmeras de circuito interno.
Em suma, o comportamento do homem social mudou em função da criminalidade no seu entorno, no seu dia a dia. Em pleno século XXI, no auge das grandes descobertas e dos incríveis avanços tecnológicos o homem resedentariza-se, agora por medo dos seus semelhantes e, pasmem, na maioria dos casos esse semelhante é menor de idade; uma criança, um adolescente. Sedentariza-se dentro da sua própria casa e por medo de sair à rua. Sua casa é gradeada, com cercas elétricas em muros altos; câmeras instaladas e cães bravos completam o aparato de proteção. Tudo para se proteger de quem tenta “pular seu muro” e lhe assaltar.
Os bandidos estão armados. Armas originais; armas de brinquedos; armas de papelão. Não importa! No momento da abordagem elas assustam e esse é o objetivo: assustar e cegar a vítima para que não percebam que, além de assaltados estão sendo ludibriados. Não há como saber, no momento, se a arma funciona ou não; se é real ou engodo.
Roubam celulares, roubam a bolsa da moça que anda sozinha e também da que anda acompanhada, roubam a moto do rapaz. Roubam até a dignidade de quem é roubado. E essa dignidade é irrecuperável, não retorna, pois a linguagem dirigida à vítima tem a finalidade de diminuí-lo; de fazê-lo sentir-se ninguém. Lixo. Essa é a sensação, a de ser lixo.
O que fazer diante de um quadro tão assustador e deprimente? Desarmamento, combate às drogas e aos traficantes, instrumentalização de códigos de leis e de medidas punitivas ocorrem a todo instante. O que fazer? Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, SINASE, Conselhos Tutelares, de classe, de escola são instrumentos ativos e que interagem entre si na busca de combater esses índices afrontosos à toda a sociedade.
Algo precisa ser feito. A interação entre o poder público e a sociedade, a revisão dos sistemas de segurança e as medidas preventivas para evitar ocorrências e de ressocialização para aqueles que já, por circunstâncias pessoais, se tornaram infratores são formas que, se agilizadas, nos permitem pensar que haveremos, todos, de desfrutar de dias melhores.
Zevall, Out./2017


Esse fragmento foi extraído de um trabalho sobre projeto de ressocialização e medidas socioeducativas à luz do ECA - Estatuto da Criança e do adolescente, realizado pelo prof. DIAS, Eisenhower V., em set./out de 1917.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Essa música foi cantada por muito tempo e por muitos jovens na década de 1970 e começo dos anos 1980. Poesia linda que além da conotação espiritual, realça e exalta o amor. Este amor pode ser entendido como a consumação do feito do Senhor Jesus no seu resgate ao homem pecador. Vale a pena relembrar a letra de um cântico que fez "sucesso" entre os jovens Batistas da época.


Nós cantamos o amor

Nós cantamos um amor tão grande
em notas de alegria
é uma canção infinda
faz parte do nosso dia a dia.

Nós cantamos um amor tão belo
andando como Cristo andou
é um viver diferente 
na vida que jamais se acabou.

Nós cantamos o amor
nós pregamos o amor
nós vivemos o amor
porque o amor está em nós (em nós).


Nós cantamos um amor sofrido
levando sempre a nossa cruz
mas o nosso fardo é leve 
conforme prometeu Jesus.  

Nós cantamos um amor tão belo
andando como Cristo andou
é um viver diferente
na vida que jamais se acabou.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Para iludir o coração

Como me enleva e quanto me impressiona
Conservar sempre nítido comigo
O teu perfil judaico de Madona
Na iluminura de um missal antigo!

A saudade que nunca me abandona,
(Oh! Como sombra de minh’alma, eu te bendigo!)
Fixando a tua imagem se fez dona
Do pensamento em que te dei abrigo. . .

Para iludir o coração que pena,
No espelho móvel da memoria trago
Teu vulto amado, n expressão terrena. . .

E iluminas meu ser, num sonho vago,
Como uma estrela a abrir-se em luz serena
Sobre a quietude límpida de um lago. . .
Da Costa e Silva – Poesias Completas
Transcrita  por Zevall, out./2017.



Efemeridade

Tão rápido...
Como a flexa atirada que viaja célere
Assim como chegou, ela se foi.
Não incomodou a dor da ida
Nem como seria doída
A sua partida
Assim como chegou, ela se foi.
Não se importou com o sorriso
 – A ausência dele;
Ou com as conversas jogadas fora
Nem pensou que deixaria de ser inspiração
Não pensou em nada
Assim como chegou, ela se foi.
Agora, sozinho (e triste)
Não há mais com quem falar
De alegrias banais
Ou pra quem cantar
Não há pra quem tentar ser poeta.
Não há pra quem contar as mágoas
Ou falar de sonhos,
De desenganos, de amores – novos e velhos
Nem de desamores, também...
Não há de quem esperar uma mensagem
Ou pra quem enviar
Não há uma “minha menina”  que
Na madrugada, se possa dizer “tô indo”
Ou motivo pra querer voltar mais tarde
Não há mais quereres
Pois assim como chegou tal qual um raio
E que encheu o coração de esperanças
E, depois, o dilacerou
Ela se foi
(. . .)
Zevall, out./17






terça-feira, 3 de outubro de 2017

Poemas e outros

Rapinae


Quisera saber falar
e falaria de beleza, a tua
e tudo de belo que de ti irradia
me é querido.
É tudo que quero!
Beleza ousada e perigosa
tal qual a da pantera
que se prepara a atacar
que me intimida
me deixando à tua mercê
tanto que não reajo; não quero...
Submeto-me a esse ataque
que eu quero
e espero
e por muito esperar antegozo
ao sentir – na imaginação
o toque das mãos /patas, as tuas
no meu corpo, fustigando
acariciando,
arranhando.
Já não controlo à espera do prazer
Que irremediavelmente me trai
ao se fazer presente
em todos os cantos do meu corpo
que é teu...
Ah! fêmea/pantera obscena
de gingado predador
onde sou a presa e me faze preso
entre unhas e dentes
sujeito aos rangidos e lambidas;
sádicos atos de aprisionamento do meu ser
que te prazeram
e me dominam a mim
fazendo-me, ao mesmo tempo
servo e capacho
e amante dos teus amores
feliz por ser e ao ser devorado
nas tuas entranhas úmidas
na tua fome corporal,
carnal, lasciva, quente
(...)
Falta-me saber falar
e, assim, apenas sinto...

(Zevall, set., 2017).

A REFORMA E AS SOLAS

Reforma Protestante – nome dado ao movimento reformista que surgiu no cristianismo em 1517 por meio do monge agostiniano Martinho Lutero. A ...