terça-feira, 9 de outubro de 2018

Recordando (Pra que Mentir)

Pra que mentir
se já não somos os mesmos;
se as palavras soam vazias
se perdendo no vácuo deixado
pelos momentos que se foram 
e que não se repetem?
Somos agora
apenas distância e lembranças;
espaço desocupado
mesmo ante à proximidade
pois somos dependentes - quase como uma droga
um para o outro, viciados
à beira de um coma
induzido pela ausência de qualquer um
de nós...
Querer, querer e querer mais,
eis um forte apelo;
quando o coração se dilacera
e o abraço não chega,
e, nesse instante, o corpo desaquecido
anseia pelo o outro.
e se o ouvido já não ouve mais
aquilo que faz arrepiar - doce sussurro
que regenera
e me estremece quando me pedes
que ocupe os espaços do teu corpo
e te faça delirar...
Loucura, loucura!
trajeto de um desamor
que não é falta do amor que consome,
que faz rolar na cama
ao ouvir vozes imperativas a murmurar:
"vai buscar! traz a satisfação na forma fêmea
e deixa-a sempre ao teu lado;
com seus mi, mi, mis
e com todas as suas meninices
- já não sabes viver sem ela..."
Pra que mentir
se não ouves mais as canções que ouvias
e não tem interesse pelos luares
e o que dizer das coisas novas?
As portas do (teu) mundo de repente se fecham
e nada ou ninguém consegue chegar
nos teus lugares secretos e de prazer.
Vem, pois, a trazer o teu sorriso
que dá significados aos momentos
e gera calor que aquece
em noites frias ou qualquer das noites
e é razão de ser que tanto careço.
Não mentirei jamais, então
pretendendo-me capaz de ser
se nada consigo ser a não ser contigo.
E, sendo, sem ti
serei apenas mais um na imensidão
desse mundo dos que amam.
(Zevall, /set./2018)

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