Se essa rua, se essa rua fosse minha... mandaria destacar todas as suas histórias importantes para a construção da hoje cidade de Floriano - Piauí.
domingo, 18 de abril de 2021
Amanhã será outro dia
Ela os viu novamente. Já era a terceira ou quarta vez que saía para olhar; eram dois homens, bem vestidos, ternos escuros. O mais baixo usava um chapéu; estavam à sombra da torre da igreja, do mesmo lado da rua, umas seis ou sete casas mais adiante. Pela atitude da mulher ela tinha certeza que eram eles; já os vira antes rondando por ali. Eram os homens do "governo".
Mas ela sabia o que fazer já que vivia o pesadelo constante dos seus aparecimentos. Não que tivessem ido morar naquela então pequena cidade do Maranhão pra se esconder, pois sabia que cedo ou tarde eles chegariam. Estavam sempre sendo esperados. E chegaram. Só não sabiam terem sido percebidos...
Imediatamente, com a calma que o momento exigia, a mulher chamou o filho mais velho, à época beirando os nove anos de idade, e lhe disse uma mensagem para ser levada para o pai. Este trabalhava na mesma rua, quatro quadras mais abaixo e do outro lado. Era por volta de 10h00 da manhã de um dia de verão de 1969 e, conforme a orientação da mãe, o menino saiu como se estivesse a procurar amigos e brincadeiras. Quando chegou na pequena indústria de panificação da família, transmitiu o recado: "mamãe disse para o senhor não ir almoçar hoje"... O que menino não sabia era, que pelo seu recado, só veria seu pai novamente quase um ano depois e em outra cidade.
Zevall, lembranças, abr./2021.
quinta-feira, 15 de abril de 2021
Depois do susto
"Se DEUS é por nós, quem será contra...?". Entendo que esse é um chamado à confiança. Confiar que o Senhor REALMENTE está ao nosso lado nas horas em que tendemos a discutir a presença divina conosco.
Esses medicamentos, acrescidos da azitromicina, que não aparece na foto, foram os que tomei durante a crise de contágio do vírus da Covid-19. Além dos sucos de acerola, laranja e mastruz batido com leite. Todos me foram extremamente uteis e contribuíram para o meu restabelecimento, do qual tenho agradecido veementemente a DEUS por ter passado, de pé, por esse susto. Eu sempre tive medo dessa doença, como tenho de muitas outras. Aprendi a não brincar com o que precisa ser encarado com seriedade, mesmo eu sendo muito brincalhão, ao ponto de em determinados momentos parecer irresponsável. Mas acredito que a vida possa ser levada a sério mesmo em meio a muita brincadeira.
Mas quero expressar aqui o meu agradecimento a Deus pela cura, pelos medicamentos e pelos meus amigos/irmãos que formaram como que uma corrente em torno e para mim com suas preces e orações. Me senti muito reconfortado com as palavras que me foram dirigidas, pelo apreço demonstrado. Como exemplo cito uma aluna minha que nem conheço, pois, por efeito da pandemia, meu contato tem sido apenas virtual. Recebi desta uma mensagem que dizia "Vou orar pelo senhor". Detalhe: ela é uma criança com a idade entre dez e doze anos, pela série em que estuda. Um pastor, para quem tive que ligar por um assunto comum, me perguntou "posso orar por você agora?" Certo dia, abrindo o grupo do GE vi a mensagem de um irmão que dizia "alguém tem notícias do Zenral; tô tentando ligar pra ele e não consigo". Essa mensagem mexeu muito comigo e imediatamente liguei para o irmão pra dizer que estava bem. Depois chorei bastante! Uma menina de BSB sempre que fazia contato me dizia "você vai ficar bem". São apenas alguns exemplos para ilustrar o mutirão em torno de mim.
Sou grato; muito grato mesmo. Por tudo e por todos que estiveram comigo, cuidando (em casa) e orando (os de longe). Muito obrigado a todos por terem este carinho para comigo. Obrigado a DEUS POR ter colocado a todos ao meu lado.
Zevall, abr./2021.
sábado, 10 de abril de 2021
Congresso em Imperatriz (Ma)
Como todos os nossos congressos, o de Imperatriz foi super animado. Da montagem da viagem, dos preparativos pessoais, dos ensaios do Jubatson, o aluguel do ônibus onde o motorista foi o Antônio, colega que já havia dirigido pra nós em outras viagens. Maravilha!!; Grande bênção o congresso na Semana Santa de 1981...foi tão bom que que algumas coisas merecem ser lembradas:
a) A Mirian (Paiva) "baldeando" durante A viagem de ida; b) a Eunice com sapatão. Quem viu os olhos dela inchados não esquece; c) João de Deus tentando acompanhar o grupo cantando na viagem; d) o Augusto aparecendo no segundo dia de congresso, vindo do garimpo; e) o Hower quase quebrou a perna no jogo de bola; f) o grupo mais chegado de Gédta tomando café na cozinha de dona Vitoria; g) o banho no rio Pindaré; h) Agenor e Neto discutindo por comida em Santa Luzia; i) a maior parte da turma jantando farinha de puba com sardinha em uma mercearia também em Santa Luzia; j) o ônibus sendo preso em Santa Inês; l) a Fafá por pouco não bateu no patrulheiro que parou o baú; m) O GG ligando pra o Edvaldo Holanda em São Luís e ele mandando soltar o ônibus; n) O patrulheiros quase pediu a bênção de GG depois disso e, finalmente, nós chegando, cansados mais felizes às 3h00 da segunda feira em Codó, pra trabalhar às 8h00.
Foi bom ou não nosso congresso?
Zevall, recordando, abr./2021
quinta-feira, 8 de abril de 2021
Convalescença (Vou orar por você).
Ontem recebi um bilhete de um amigo, falando da condição em que me encontro e da nossa relação de amizade; dois dias antes já havia recebido um áudio do momento em que uma senhora intercedeu por mim em Teresina. Tenho recebido manifestações as mais diversas e todas são extremamente reconfortantes. Como nos fazem bem! Hoje, mais uma vez, fui colhido por um desses momentos e, a bem da verdade, muito singular.
Quando o celular sinalizou a chegada de uma mensagem quase não fiz caso pois vi ser da escola em que trabalho é já foram avisados de que estou doente. Ao olhar com mais atenção percebi ser uma mensagem privada e resolvi olhar. Entre figurinhas e observações, como podem ver na foto, estava escrito: "vou orar por você!". Tenho recebido muitas mensagens assim e sou muito agradecido pois tem sido o meu conforto e segurança nesses dias de luta. Essa, porém, tem um valor especial, ao menos por dois motivos.
O primeiro deles é que, por força da pandemia, não entrei em sala de aula com essa turma, na ESVP, onde estou trabalhando, portanto, não nos conhecemos ainda. A segunda é que esta aluna, pela série em que estuda (7° série fundamental, é uma criança na faixa entre 10 e 12 anos mas que já entende e acredita no valor da oração. "Vou orar por você...."! Confesso, agradecido, meus amigos/irmãos, que mexeu muito comigo esse momento.
Zevall, em ritmo de pandemia, abr./2021
quarta-feira, 7 de abril de 2021
Zacarias
Estava olhando o Instagram hoje vi a foto de um jacaré e lembrei-me do sr. Zacarias, o pai da nossa querida amiga/irmã Gédta, que fez parte do Jubatson e está conosco aqui no grupo. Explico: quando esta irmã soube que eu estava fazendo o recenseamento de 1980 e trabalhando na região do Potó, ela me chamou e disse que quando eu tivesse já no interior dessa região procurasse seu pai, que gerenciava uma fazenda chamada Capinzal, na rota em que eu ia passar.
É possível que na terceira semana em que percorria a região, a pé, carregando a mochila com a rede e alguma roupa, além do material de trabalho, cheguei na fazenda. Me identifiquei, perguntei pelo chefe e um trabalhador me levou a um açude, onde o sr . Zacarias se encontrava. Foi o máximo!!! Perguntei se podia tomar um banho, coloquei um calção e me esbaldei. Que maravilha! Até então os banhos vinham sendo de "caneca", nos banheiros de palha, com água buscada na cacimba. Que M A R A V I L H A de banho..., no açude.
Mas o que é bom dura pouco. Pouquíssimo, eu diria. Num determinado momento o chefe me falou: vamos embora que está na hora de os jacarés começaram a sair...
Zevall (correndo com medo de Jacarés), abr, 2021.
segunda-feira, 5 de abril de 2021
Meus Violeiros
Recentemente escrevi sobre o mestre Rubão, cabra bom de viola, gente finíssima e grande amigo e que compartilhamos aventuras tantas pelos rincões maranhenses em nossas viagens e passeios. Mas para se justo com o meu aprendizado nesse período - continuo tentando aprender - preciso mencionar dois outros parceiros que, a seu modo cada um, também foram importantes no grau que consegui alcansar como aspirante a tocador de violão.
Wellington, conhecido como Letho, grande (grande???) figura, companhia pra toda hora e um dos melhores amigos de todos que ali granjeei amizade. Com ele não havia hora ruim; chegava em sua casa, às vezes o cara tava dormindo às 9h00; sua mãe, d. Iolanda, nunca colocou dificuldade para acordá-lo quando eu chegava. Aí ele pegava o violão e sentávamos na varanda de sua casa ou na pracinha logo em frente. Paciente e com um repertório não muito avançado, nem assim se indispôs a ajudar. Repetia e repetia notas, iniciava um corinho, voltava e iniciava novamente e foi assim que consegui aprender, imaginem a alegria, século XX, do Novo Alvorecer. A partir daí as portas se abriram e sempre voltava pra casa arranhando, pra tormento de meus pais e meus irmãos que tinham que me ouvir, uma nova música. Certa vez até tentamos compor uma música e confesso que tento lembrá-la mas ainda não consegui. O Letho foi fundamental no meu início com o violão.
A outra personagem, mais técnica e também mais difícil de ser vista é Agenor Raul, o cara que tirava dúvidas em relação às notas e suas variantes, qual recebe qual; que nota menor cabe aqui ou ali, essa dissonante, etc., etc., e etc.
Nos víamos pouco em função do seu trabalho e até por isso nem sempre estava presente aos ensaios, mas quando aparecia sempre contribuía com alguma instrução e foi dele, de Agenor, que consegui angariar os acordes de a Tua Graça, cântico que por ser belíssimo, sempre esteve no repertório do JUBATSON.
O filósofo disse, certa ocasião, "sei que nada sei"; em viola tô assim. Mas se alguma coisa sei do assunto o mérito é desses caras.
Eisenhower (Zevall), abr./2021.
sábado, 3 de abril de 2021
Vivendo e aprendendo
Eu não sei tocar violão. Mas gosto! E por gostar tanto me vi na obrigação (e necessidade) de aprender a conhecer o instrumento. Nesse sentido, ao chegar na Igreja de Codó, no Maranhão, o pr. Genésio percebeu a minha curiosidade, me deu um violão da Igreja é me disse que eu tinha 90 dias pra ficar com ele; depois, aprendendo ou não deveria devolvê-lo para que fosse passado adiante. Além disso me encaminhou a mestre Manezinho que se encarregaria de me ensinar as "primeiras letras".
Exultai e me empenhei pra não ser uma decepção e ao final dos noventa dias já me sentia um craque em carregar o violão de um para outro lado.
Foi depois disso que comecei a ter contato com o Jubatson propriamente dito. Antes ia aos ensaios, mas ficava por longe, igual menino acanhado quando chegava visita em casa. Mas foi nesse momento que algumas pessoas foram importantes em meu aprendizado e eu gostaria de mencionar um destes:
Essa figuraça, o Rubão foi um parceiro importante no meu desenvolvimento como tocador. Na época, morando em São Luís, ao chegar na nossa cidade ele sempre tinha uma orientação a dar, uma correção a fazer. E como eu me agarrava a elas. Hoje sei pouco; o mínimo, principalmente se comparado a esse grande amigo e mestre. Mas o pouco que sei é mais que suficiente para o meu consumo e por ele sou muito agradecido a esse hoje vozão. Depois passei a cantar mas aí meu mentor foi o Neto. imaginem como canto bem...Rubão, meu querido amigo, grande mestre, pra você tiro o meu chapéu. Grande abraço!
Zevall, abr./2021.
Foi por aí
Meu gosto pelos passeios remonta a meados dos anos de 1990. Na maioria das vezes, sozinho e, principalmente, de moto. Se aparecia um feriado ou simplesmente a vontade chegava, pegava a mochila, montava a moto e "até amanhã"!.
Essa foto me fez "viajar" no tempo. Certa feita vindo do povoado Canto de Bola, município de Francisco Ayres, ao atravessar um riacho que me foge o nome agora mas que, ao que indica, é justamente a divisa com Floriano, já no "lado de cá" tem uma casa num plano acima do leito do riacho. Resolvi parar pra tomar água e descansar um pouco.
É inevitável, no interior, um bate papo com o caseiro. Faz parte do modo de vida do sertanejo e após uma boa conversa, quando fui me despedir, ele me convidou pra tomar um café e me levou pra um interior da casa. Na sala, uma mesa posta com simplicidade mas com fartura; e entre as possibilidades oferecidas, um frito de ovo caipira com farinha e café quente. Fiz a festa!
Que coisa boa; que hospitalidade sincera e sem nenhum resquício de acompanhamento. É assim por aí...
O tempo passou mas a casinha me trouxe essa boa recordação. Muito boa, por sinal.
Zevall, abr./2021 (em isolamento).
quinta-feira, 1 de abril de 2021
Como vivemos (a amizade que o tempo não apagou)....
Não sei onde essa foto foi tirada ou quando e também não conheço essas pessoas. Mas essa podia ser a cena de uma noite qualquer de meados dos anos de 1980. Se esse fosse o caso, o proprietário do carro seria um jovem namorador que tendo vindo de São Paulo resolvera esbanjar dinheiro comprando um fusca que, entre suas peculiaridades, a chave de partida era o cabo de uma colher de café. Este jovem esbanjador se chama Israel.
Sendo assim, os demais tripulantes seriam três moças (Leontina, Evani e Edi - Essa sempre aparecia em situações inusitadas) e um recém casado que teve que explicar pra jovem esposa o que aquele grupo fazia batendo na porta de casa já em hora avançada da noite. A explicação foi que eles queriam brincar um pouco no cais e precisavam de um violão (eu tinha um); além disso eles precisavam de um tocador (adivinhem quem tocava)...
É por isso que a foto me importou tanto; é a cópia de uma história que vivi com alguns amigos há muito tempo. Graças a Deus por aque tempo que tanto bem nos fez e porque esse grupo continua unido até hoje. Leontina, Evani, Edi e Israel, meu abraço (e não me processem por usar seus nomes sem a devida licença).
Só pra constar: o grupo quase que amanheceu o dia na beira do rio.
Eisenhower (Zevall), abr./2021.
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