segunda-feira, 5 de abril de 2021

Meus Violeiros

Recentemente escrevi sobre o mestre Rubão, cabra bom de viola, gente finíssima e grande amigo e que compartilhamos aventuras tantas pelos rincões maranhenses em nossas viagens e passeios. Mas para se justo com o meu aprendizado nesse período - continuo tentando aprender - preciso mencionar dois outros parceiros que, a seu modo cada um, também foram importantes no grau que consegui alcansar como aspirante a tocador de violão.
Wellington, conhecido como Letho, grande (grande???) figura, companhia pra toda hora e um dos melhores amigos de todos que ali granjeei amizade. Com ele não havia hora ruim; chegava em sua casa, às vezes o cara tava dormindo às 9h00; sua mãe, d. Iolanda, nunca colocou dificuldade para acordá-lo quando eu chegava. Aí ele pegava o violão e sentávamos na varanda de sua casa ou na pracinha logo em frente. Paciente e com um repertório não muito avançado, nem assim se indispôs a ajudar. Repetia e repetia notas, iniciava um corinho, voltava e iniciava novamente e foi assim que consegui aprender, imaginem a alegria, século XX, do Novo Alvorecer. A partir daí as portas se abriram e sempre voltava pra casa arranhando, pra tormento de meus pais e meus irmãos que tinham que me ouvir, uma nova música. Certa vez até tentamos compor uma música e confesso que tento lembrá-la mas ainda não consegui. O Letho foi fundamental no meu início com o violão.
A outra personagem, mais técnica e também mais difícil de ser vista é Agenor Raul, o cara que tirava dúvidas em relação às notas e suas variantes, qual recebe qual; que nota menor cabe aqui ou ali, essa dissonante, etc., etc., e etc. Nos víamos pouco em função do seu trabalho e até por isso nem sempre estava presente aos ensaios, mas quando aparecia sempre contribuía com alguma instrução e foi dele, de Agenor, que consegui angariar os acordes de a Tua Graça, cântico que por ser belíssimo, sempre esteve no repertório do JUBATSON. O filósofo disse, certa ocasião, "sei que nada sei"; em viola tô assim. Mas se alguma coisa sei do assunto o mérito é desses caras. Eisenhower (Zevall), abr./2021.

6 comentários:

  1. Que legal o legado dos amados, amigos mais que irmãos. Muito lindo a amizade que foi construída e continua sendo cativada, fico feliz por suas escritas, parabéns pelo blog.

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  2. Obrigado. A intenção é justamente o resgate daquilo que foi importante em determinado momento para mim. E os amigos que ajudaram merecem ser lembrados.

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  3. Registrado. Abraço. Continua lendo o blog.

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  4. Essa matéria é fantástica, contar a história desses amigos queridos, levitas da casa de Deus, serviam ao Senhor com amor, com alegria. Parabéns

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  5. Muito bom quando temos um coração grato ,quando lembramos de pessoas especiais que passaram e nos ajudaram. Hoje você tem algo que ninguém tira de você. Muito bom mesmo

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