quarta-feira, 30 de novembro de 2016

“Se essas ruas, se essas ruas fossem minhas...”.

Eisenhower Dias

As ruas de uma cidade são fundamentais na construção de sua historiografia, geralmente sendo o marco inicial de qualquer urbe. Uma Igreja, um armazém, uma praça e um bar, além de várias casas comuns distribuídas de um e outro lado... está dada a largada para o nascimento de uma (grande) cidade.
Chamou-me a atenção, ao longo de observações feitas, o descaso ou o não conhecimento de e para com algumas ruas que se “historicizaram” no decorrer do desenvolvimento de Floriano (PI) e este despertar se materializou mais fortemente a partir do deparo com o livro Rio Parnaíba: cidades-beiras (GANDARA, 2010) e, particularmente, ao analisar um capítulo específico sobre o nosso município.
Diversos pontos são abordados de maneira clara, apaixonante e histórica da importância de algumas ruas no contexto fundacional desta cidade-beira (GANDARA, 2010, p. 257), o que me remeteu à necessidade de compreender a cidade – Floriano (PI) – mais agudamente e, a partir daí, destacar algumas ruas que se tornaram relevantes na construção de uma história que, vicejada, chega ao século XXI grandiosa e marcante no cenário histórico piauiense e, porque não dizer, nacional.
O que e por que é uma cidade; quais as suas atribuições e quais são as suas características indispensáveis na construção de sua identidade? – Avelino (2015) entende que são diversas as facetas marcantes.

As cidades apresentam-se como expressões de cultura em suas múltiplas facetas. Para entendê-las, faz-se necessário decodificar as imagens que emergem das diversas linguagens que expressam o seu conteúdo e que vão nos dar o norte para interpretá-los na sua arquitetura, nos sinais de transito e nas diferentes marcas de suas múltiplas identidades no tempo e no espaço (AVELINO, 2015, p. 15).

A arquitetura da cidade remete às características próprias de sua constituição, qual seja, seus bairros, suas ruas e, segundo Avelino (2015) até os sinais de trânsito são elementos característicos.
A paixão por esse aspecto da urbe florianense despontou baseada em duas perspectivas. A primeira foi a oportunidade de morar e conhecer situações interessantes daquela que era conhecida como Rua do Mulambo, esta paralela ao curso do rio Parnaíba; a segunda perspectiva relevante deu-se ante a constatação que poucos florianenses, inclusive moradores da rua, não sabia deste nome antecedente. Daí a necessidade de um resgate que entravasse novos conhecimentos sobre as origens viárias da cidade.
Com base nessas curiosidades e respaldado pelos escritos de Gandara (2010) surgiu a ideia de relacionar logradouros e vias que nasceram com a cidade e que se identificavam com outro nome, enfatizando a sua importância para a funcionalidade do município e, para um conhecimento primário, as ruas terão algumas fotos da sua forma atual.
            As ruas das minhas ruas

o   Avenida Esmaragdo de Freitas – Já foi conhecida por Av. Beira Rio e Pau D’água. Este nome de D’agua deveu-se a uma árvore que existiu nas proximidades da fábrica dos irmãos Carvalho (Incopil). Desta árvore, segundo contam, saía uma água que corria em estado perene e que os moradores das proximidades zelavam por ela;

o   Rua do Ouro – atualmente conhecida como Fernando Marques, é uma rua longa que tem seu inicio à margem do Rio Parnaíba e sobe até ao Anel Viário. É a “Rua do Fórum”; nela já existiu, além da Prefeitura Municipal (onde hoje funciona o CTA, unidade especializada de saúde), um distrito policial e era, no passado, a principal via de acesso para quem se dirigia ao bairro da Guia;

o   Rua do Caracol – também já foi “Rua das Flores”. O nome primeiro se originou devido à sinuosidade do seu traçado, com curso no sentido norte/sul. Hoje é conhecida por Coelho Rodrigues;

o   Rua do Pau-não-cessa – Atualmente Silva Jardim. O nome curioso se originou pelo confronto entre os marinheiros e navegantes com a polícia local. Devido a comportar as “casas de mulheres” era um ponto de encontro e de bebedeira;

o   Rua da Malva – José Guimarães. O nome de rua da Malva tem origem no fato de haver nela “quantidade expressiva de pequenos arbustos da família das malváceas” (GANDARA, 2010, p. 198). Seu curso é da beira do rio até ao Morro da Cruz;

o   Rua do Curral – hoje é Assad Kalume. Famosa pelo Comércio Esporte Club; Estádio Mario Bezerra (demolido) e ENOCS – Escola Normal Osvaldo da Costa e Silva;

o   Rua do Fio – Hoje é Rua Clementino Ribeiro ou, ainda, “Rua da Rádio”;

o   Rua do Mulambo – Rua Sete de Setembro. Era, segundo o senso comum, ponto de passagem para tropeiros e veículos o que, por essa mistura, chamava-se “Mulambo”. Nessa rua (do Mulambo) nasceu J. Miguel de Matos, em 29/09/1923. Poeta, escritor, jornalista, biógrafo, antologista, memorialista e genealogista. Foi Delegado Regional do Instituto de Cultura da América. Fundou e dirigiu as revistas Mafrense e Destaque

  
Outras ruas

ü  Suvaco do Cão – Rua Rui Barbosa;
ü  Rua do Mufumbo – Defala Attem;
ü  Rua da Perna – Rua São João;
ü  Buraco da Malária – Av. Fauzer Bucar;
ü  Rua Nova – Rua Francisco de Abreu Rocha;
ü  Rua da Paz – Av. Eurípedes de Aguiar;
ü  Rua Alvaro Mendes – Av. Getúlio Vargas;
ü  Rua da Rampa – Rua João Luiz Ferreira.

Num estudo mais profundo é possível que se constate que cada uma dessas ruas florianenses tem uma “história pra contar”. No entanto, a intenção não é fazer um tratado sobre o tema, mas despertar um interesse por ele o que, pelo exposto acima, acredita-se que o objetivo foi alcançado. A história revela pontos interessantes do município, de suas ruas, dos seus bairros, de suas casas. Aprendamos com esses detalhes. Vale a pena.

Referencias

BOTELHO, Denílson. História e cultura urbana: a cidade como arena de conflitos – Rio de Janeiro: Multifoco/EDUFPI, 2015.
GANDARA, Gercinair Silvério. Rio Parnaíba: Cidades-beira. – Teresina: EDUFPI, 2010.


Imagens das minhas ruas

Av. Esmaragdo de Freitas (Foto 01)
Foto: KSC/2016

Av. Esmaragdo de Freitas (Foto 02)
Foto: KSC/2016

Rua Fernando Marques (Foto 01)
Foto: KSC/2016

Rua Fernando Marques (Foto 02)
Foto: KSC/2016

Rua Coelho Rodrigues (Foto 01)
Foto: KSC/2016

Rua Coelho Rodrigues (Foto 02)
Foto: KSC/2016

Rua Silva Jardim (Foto 01)
Foto: KSC/2016

Rua Silva Jardim (Foto 02)
Foto: KSC/2016

Rua José Guimarães (Foto 01)
Foto: KSC/2016

Rua José Guimarães (Foto 02)
Foto: KSC/2016

Rua Assad Kalume (Foto 01)
Foto: KSC/2016

Rua Assad Kalume (Foto 02)
Foto: KSC/2016

Rua Clementino Ribeiro (Foto 01)
Foto: KSC/2016
Rua Clementino Ribeiro (Foto 02)
Foto: KSC/2016

Rua Sete de Setembro (Foto 01)
Foto: KSC/2016
Rua Sete de Setembro (Foto 02)
Foto: KSC/2016




segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Reminiscências relativas ao café dos quatro na EMEF Synésio Rocha em figura de cordel.


Foto: Waldir/2013
CAFÉ FILOSÓFICO

O “café filosófico”
Se tornou uma tradição
Na EMEF Synésio Rocha
Lugar de muita agitação
Nele se reuniam amigos
Gente boa sem inimigos
E gente de boa impressão.

Quando o café começou
Houve muita imprudência
Pois ao chegar na escola
Me faltava eficiência
Logo aprendi “fazendo”
Levando bronca e roendo
D. Márcia teve paciência.

Aí me veio o Waldir
Todo formal e calado
Sempre na oportunidade
Me olhava desconfiado
Um osso duro de roer
Mas “pau pra dar e vender”
Êita! Waldir preparado.

Assim formamos um trio
Que todo dia no café
Jogava conversa fora
Só não falava em mulher
Com D. Márcia presente
A “outra” ficava ausente
É assim que a coisa é.

Então chegou a morena
Bonita, calada, trigueira
Sabendo o que dizia
Nunca falava besteira
Por Zenaide ela atendia
Mexeu comigo e sabia
Gente! Era muita “zoeira”.

O café ficou famoso
Todos querendo entrar
Mas no meio desse time
Outro não pode jogar
Na mesa só há um prato
Quando partimos “o pão”
Dá somente pra nós quatro.

Waldir, Márcia, Zenaide
Dias, Zenaide ou Waldir
Todos sempre foram amigos
Iam onde queriam ir
Grande foi o meu dilema
E isso foi um problema
Quando tive que partir.

*aos amigos do lado de lá

Eisen/2016 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Porque Gosto de ti

Porque gosto de ti
Desde os tempos mais remotos as pessoas manifestam o seu amor ou, ainda, a sua forma de amar à sua “cara metade”. É claro que existem motivações a favor e contrarias a essas manifestações, o que revela um modo obsoleto de encarar os sentimentos e suas necessidades expressivas.
Mas existem pessoas que não “tão nem aí” para o que os outros pensam e fazem as coisas “acontecerem”. É o que fez K.S.C., quando relacionou o que denominou de 183 (cento e oitenta e três) motivos de amor pelo seu parceiro. Vejamos:

“Sempre me perguntas por que gosto de ti...Tenho respondido quase sempre que amor não se explica, mas, a fim de, senão remir ao menos reduzir tuas dúvidas e preocupações quanto aos meus sentimentos, resolvi de modo pretensioso listar 183 causas, motivos, razões e circunstâncias pelas quais gosto de ti..
Gosto-te tanto e com tal zelo (com a permissão do poeta) por que me fazes...
Ser melhor1,
Sorrir2,
Pensar3,
Odiar (quando sinto ciúmes)4,
Amar5,
Querer (sentir ciúmes)6,
Chorar (quando sinto ciúmes)7,
Contemplar8,
Aprender9,
Ensinar10,
Duvidar11,
Acreditar12,
Dormir13,
Acordar (bem, com os teus beijos)14,
Celebrar (a vida)15,
Cantar (ainda que em tons insuportavelmente desafinados)16,
Dançar (quando não estás presente)17,
Descobrir18,
Ler19,
Assistir (a bons filmes)20,
Ouvir (tuas histórias)21,
Ouvir (boa música)22,
Compreender (aos outros e a mim mesma)23,
Desnudar (meus traumas pessoais)24,
Apreciar (meu corpo)25,
Ficar nua (literalmente)26,
Gozar (a vida, as belezas)27,
Desprender-me (das amarras pessoais)28,
Prender-me (ao que vale a pena)29,
Quebrar (velhos moldes)30,
Gozar (literalmente)31,
Querer (a ti, cada vez mais)32,
Deixar (me levar pela vida)33,
Abandonar (rancores passados)34,
Romper (com o que não enobrece)35,
Desejar (a ti incessantemente)36,
Viajar (na doce melodia da tua voz)37,
Protegida (no calor dos teus braços)38,
Bela (nas tuas descrições...)39,
Confiável (para ser tua confidente)40,
(Ser) livre41,
Apaixonada42,
Evocar (o melhor de mim)43,
Clamar (por tua presença)44,
Doar (meus sentimentos)45,
Destemida46,
Mulher47,
Menina (encantada com teus contos)48,
Sofrer (se há desencontros)49,
Sonhar50,
Beijar (os melhores beijos)51,
Discutir (as minhas piores teorias)52,
Comer (os melhores manjares)53,
Poetisa (ao menos pretensão)54,
Enlouquecer (quando distante)55,
Renascer (em meio às minhas turbulências)56,
Arrepiar (com teu toque)57,
Embevecida (com a tua doação)58,
Tremer59,
Vicejante60,
Lasciva61,
Enrubescer (quando cometo gafes)62,
Calma (nas aflições)63,
Aflita (na tua calmaria)64,
Zelar (pelo nosso sentimento)65,
Crescer (quando na ponta do pé pra te alcançar)66,
Estimada (apesar das minhas limitações)67,
Humana (vencendo a insensibilidade)68,
Escrever (apesar dos receios)69,
Curtir (simplesmente)70,
Sangrar (quando ausente)71,
Vaguear (os pensamentos)72,
Submetida (aos teus caprichos)73,
Amar (mais e mais....infinitamente)74,
Pulsar75,
Resiliente76,
Ser77,
Beber (Stella Artois)78,
Acender (paixão)79,
Avivar (os meus instintos)80,
Descrever (em narrativa, os meus sentimentos)81,
Apoiada (nos teus sentimentos)82,
Cozinhar (ainda que desconfies)83,
(ter) Atitudes84,
Orar (pra que Deus te guarde sempre)85,
Inquieta (com a tua partida)86,
(revelar) Manhas87,
Destruir (manias)88,
Florescer (desde que te encontrei)89,
Partilhar (o meu dia)90,
Narradora (de histórias pouco interessantes)91,
Ver (o invisível)92,
Correr (pra te abrir a porta)93,
Palpitar (quando me faltas)94,
Desmoronar (quando te sinto triste)95,
Suar (nos nossos exercícios particulares)96,
Delirar (no roço da tua língua)97,
                                                           Suspirar (no teu abraço forte)98,
Realizada (com o teu sexo)99,
Grata (à Vida que nos apresentou)100,
Lamentar (o modo grosseiro de certas ocasiões)101,
Lutar (contra tabus imaginários)102,
Experimentar (o elixir dos deuses...Budweiser)103,
Viver (novas experiências)104,
Confiar (te fazer meu confidente)105,
Praguejar (contra a distância que nos separa)106,
Idealizar (...)107,
“Gelar” (nas tensões)108,
Cavalgar (no teu corpo)109,
(ter) Borboletas no estômago110,
Convicta (das minhas escolhas)111,
Temer (tua partida)112,
(ter) Pressa (para viver-te)113,
Pecadora114,
Santa (imaginário)115,
Dona (dos teus atributos)116,
Dama117,
Puta118,
(livre das) Convenções119,
Presenteada (com todas as tuas ações)120,
Retrucar (contra o insuportável tricolor)121,
Advogada (do rubro-negro)122,
Reavaliar (minhas inclinações políticas)123,
Esperar (por melhores dias)124,
Esquecer (a dieta)125,
Aceitar (o bucho que se instalou)126,
Saborear (um bom frito)127,
Companhia (no café sagrado de toda manhã)128,
Aguardar (com ansiedade a ligação de toda tarde)129,
Impressionada (com teu ouvido musical)130,
Lembrar (cada gesto que as tuas mãos fazem)131,
Estremecer (com a tua pegada)132,
(incessantemente no) Cio133,
Aprendiz (no sexo)134,
Reverenciar (tuas ideias)135,
Insone (depois de experimentar noites ao teu lado)136,
Louca137,
Sensata138,
Orgulhosa (por que estás comigo)139,
(tua) Bruxa140,
Selvagem (querendo devorar-te)141,
Forte142,
(tua) Coroa143,
Insana (ao revelar-te os meus desejos mais absurdos)144,
(sentir) Desejada145,
Flutuar (na melodia da tua voz)146,
Delirar (quando ganho teu sorriso)147,
Incendiar (quando me tomas)148,
Exagerada (jogada aos teus pés...)149,
Primavera150,
Aquarela de cores151,
Viçosos campos152,
Fantasia153,
Real154,
Presente em tua vida155,
Oceano156,
Sol157,
Chuva158,
Breve159,
Eterna160,
*Etérea161,
Segredar (os sonhos mais insanos)161,
Drástica (nas decisões incompreendidas)162,
Relâmpago (iluminada pelo teu amor)163,
Sombra164,
Sábia (ao compartilhar o teu saber comigo)165,
Enciumada (quando observas outros detalhes, que não os meus)166,
Singrar (ao invés de mares, sonhos)167,
Solúvel (dissolvo mesmo nas tuas mãos)168,
Enfeitiçada169,
Brisa170,
Espuma171,
Tempestade172,
Suave173,
Brusca174,
Dengosa175,
Flor176,
Espinhos (quando te revelo meus defeitos)177,
Companhia178,
Bem179,
Amante (amada)180,
Namorada181,
Inteira182,
Tua183...”.

A REFORMA E AS SOLAS

Reforma Protestante – nome dado ao movimento reformista que surgiu no cristianismo em 1517 por meio do monge agostiniano Martinho Lutero. A ...