Em tempos idos, os meus de ensino primário,
estudado nos três primeiros anos na Unidade Escolar “Fauzer Bucar”, escola que
tinha, à época, a professora Iolanda, vivemos os bons momentos dos tempos de
estudante iniciante, onde, aprender a ler e a escrever era sinônimo de “ser
inteligente” o afinco com que se estudava tinha um objetivo específico: ser
aprovado no quinto ano – o tão temido admissão ao ginásio. Existia até livro
direcionado exclusivamente para esse fim, onde a grade de estudo assim se fazia
apresentar:
a)
Português;
b)
Geografia;
c)
História do Brasil;
d)
Matemática.
Este livro era organizado por AZEVEDO; SILVA;
PENTEADO; CRETELLA JÚNIOR; SANGIORGI (Cia. Editora Nacional, 1963) e contava
com a coordenação geral do professor J. B. Damasco Penna. Era um programa
riquíssimo naqueles tempos de tantos sonhos “coloridos”.
Antes, porém, de chegar ao momento de encarar
o programa de admissão, estudávamos um livro onde o conteúdo era regionalizado.
No nosso caso o livro das quatro primeiras séries chamava-se Nordeste, editado
pela Editora do Brasil, o autor não consigo trazer o nome à mente, o que é um
fato lamentável.
Recordo-me, no entanto, de alguns temas
estudados neste período e um texto que nunca me saiu da lembrança e que, pelo
seu título, consegui o seu resgate – A Flor e a Fonte – me enche de orgulho por
se tratar de um poema que recitei em sala de aula e, ao mesmo tempo, me aperta
o peito por recordar os bons tempos iniciais da minha vida estudantil. A
autoria do texto é de Vicente de Carvalho. Vejamos sua transcrição:
A Flor e a Fonte
Vicente de Carvalho.
“Deixa-me, fonte, dizia.
a flor, tonta de terror”.
“E a fonte, sonora e fria
Cantava, levando a flor”.
“Deixa-me, deixa-me, fonte”.
“Dizia a flor a chorar:
Eu fui nascida no monte...
Não me leves para o mar”.
“E a fonte, rápida e fria,
com um sussurro zombador,
por sobre a areia corria,
corria levando a flor”.
“Ai, balanços do meu galho
balanços do berço meu;
ai, claras gotas de orvalho
caídas do azul do céu!...”
“Chorava a flor, e gemia,
branca, branca de terror,
e a fonte, sonora e fria,
rolava, levando a flor”.
“Adeus, sombras das ramadas,
cantigas de rouxinol,
ai festas das madrugadas,
doçuras do por do sol”.
“Carícia das brisas leves
Que abrem rasgões de luar...
Fonte, fonte, não me leves,
não me leves para o mar!....”.
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