quinta-feira, 26 de abril de 2018

De saudades de outros tempos.




Em tempos idos, os meus de ensino primário, estudado nos três primeiros anos na Unidade Escolar “Fauzer Bucar”, escola que tinha, à época, a professora Iolanda, vivemos os bons momentos dos tempos de estudante iniciante, onde, aprender a ler e a escrever era sinônimo de “ser inteligente” o afinco com que se estudava tinha um objetivo específico: ser aprovado no quinto ano – o tão temido admissão ao ginásio. Existia até livro direcionado exclusivamente para esse fim, onde a grade de estudo assim se fazia apresentar:
a)    Português;
b)    Geografia;
c)    História do Brasil;
d)    Matemática.

Este livro era organizado por AZEVEDO; SILVA; PENTEADO; CRETELLA JÚNIOR; SANGIORGI (Cia. Editora Nacional, 1963) e contava com a coordenação geral do professor J. B. Damasco Penna. Era um programa riquíssimo naqueles tempos de tantos sonhos “coloridos”.
Antes, porém, de chegar ao momento de encarar o programa de admissão, estudávamos um livro onde o conteúdo era regionalizado. No nosso caso o livro das quatro primeiras séries chamava-se Nordeste, editado pela Editora do Brasil, o autor não consigo trazer o nome à mente, o que é um fato lamentável.
Recordo-me, no entanto, de alguns temas estudados neste período e um texto que nunca me saiu da lembrança e que, pelo seu título, consegui o seu resgate – A Flor e a Fonte – me enche de orgulho por se tratar de um poema que recitei em sala de aula e, ao mesmo tempo, me aperta o peito por recordar os bons tempos iniciais da minha vida estudantil. A autoria do texto é de Vicente de Carvalho. Vejamos sua transcrição:





A Flor e a Fonte
Vicente de Carvalho.
“Deixa-me, fonte, dizia.
a flor, tonta de terror”.
“E a fonte, sonora e fria
Cantava, levando a flor”.

“Deixa-me, deixa-me, fonte”.
“Dizia a flor a chorar:
Eu fui nascida no monte...
Não me leves para o mar”.

“E a fonte, rápida e fria,
com um sussurro zombador,
por sobre a areia corria,
corria levando a flor”.

“Ai, balanços do meu galho
balanços do berço meu;
ai, claras gotas de orvalho
caídas do azul do céu!...”

“Chorava a flor, e gemia,
branca, branca de terror,
e a fonte, sonora e fria,
rolava, levando a flor”.

“Adeus, sombras das ramadas,
cantigas de rouxinol,
ai festas das madrugadas,
doçuras do por do sol”.


“Carícia das brisas leves
Que abrem rasgões de luar...
Fonte, fonte, não me leves,
não me leves para o mar!....”.

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